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MÃO NA MASSA

21.03.2013

Mão Na Massa

Daniela da Silva Pacheco, 28, também está seguindo os passos do marido e se matriculou no curso de capacitação para construção civil oferecido pela Emep (Escola Madre Celina Polci), em São Bernardo. A estudante descobriu o curso pelo jornal da cidade e decidiu se informar.

Com três filhos e um emprego como operadora de call center, Daniela não tinha perspectiva de ascender na vida profissional. “Como eu não tive oportunidade de estudar antes, também não tenho como bancar uma faculdade agora”, explicou.

A estudante contou que ainda não sofreu nenhum tipo de preconceito desde que começou a estudar, mas que se irrita com o excesso de preocupação dos outros. “Para quem fala que eu não vou aguentar o peso, eu respondo que já tive três partos naturais”, disse.

Daniela ainda contou que vê um futuro na profissão, e que a oportunidade para as mulheres existe sim.  “Às vezes a oportunidade aparece, mas deixamos passar com medo de nos arriscar. É claro que o nosso corpo é diferente dos homens, mas a necessidade e a vontade nos ajudam”, falou.

Segundo Cristina Lopes, diretora da Emep, o mercado está aberto para as alunas que querem se formam no curso. “Algumas sofrem com a timidez, mas as que procuram emprego conseguem”, disse.

Ainda de acordo com Cristina, as mulheres possuem algumas vantagens em relação aos homens na procura por trabalho. “Algumas construtoras já me contaram que preferem contratar mulheres, pois se preocupam em deixar o ambiente limpo, e às vezes nem precisam das faxineiras”.

Sobre a questão do preconceito, a diretora deixa claro que “a sociedade ainda é machista, mas as mulheres que estão no mercado têm um relacionamento respeitoso com os outros funcionários”. Cristina disse ainda que nem sempre o público feminino perde vaga por discriminação.  “Algumas construtoras precisam se adequar para contratar funcionárias porque não possuem vestiários nem banheiros”, explicou.

 

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