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VENDA DA TORRE DO VENTURA ATINGE SEGUNDO MAIOR VALOR DA HISTÓRIA

05.08.2010

O maior negócio imobiliário do Brasil em aporte direto e o maior do Rio de Janeiro em toda a sua história está perto de ser fechado. A Participações Morro Vermelho, holding que controla a Camargo Corrêa S.A, e a Tishman Speyer estão vendendo a segunda torre do Ventura, prédio de altíssimo padrão no centro do Rio, por cerca de R$ 700 milhões. Segundo o Valor apurou, o comprador é a BR Properties, que fez uma parceria com um banco de investimentos para levantar o total dos recursos. Em valor, só houve uma transação maior, que foi a venda do antigo "esqueleto da Eletropaulo" pela WTorre para o Santander por R$ 1 bilhão, em 2008. Hoje, o prédio é sede do banco. Naquele caso, porém, a venda foi feita para o principal credor da WTorre, o próprio Santander, que em seguida tornou-se sócio da construtora. Metade do prédio (20,5 mil m2) já está alugado para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), segundo consta no site da Tishman Speyer. Fala-se no mercado que a instituição acertou preço de R$ 140 o metro quadrado. O BNDES já ocupa 8 mil m2 da primeira torre do empreendimento. Pela lei do inquilinato, o BNDES tem direito de preferência de compra dos andares alugados, mas não deve exercê-la. O negócio deve ser assinado em até 30 dias. A venda do Ventura por um valor próximo a R$ 700 milhões comprova o forte aquecimento do mercado imobiliário este ano. A Participações Morro Vermelho comprou metade do prédio da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) em dezembro por R$ 247 milhões. Na época, a CCDI estava com problemas financeiros e a venda ajudou a companhia a sanar boa parte das dívidas. A primeira torre do Ventura foi vendida por R$ 422 milhões em janeiro de 2008 para o fundo Adia, Abu Dhabi Investment Authority. Um dos únicos prédios classificados como "Triple A" no centro do Rio de Janeiro, o Ventura possui duas torres de escritórios com 36 andares cada uma. O preço de locação do prédio está quase 50% acima da média de mercado de escritórios de alto padrão no Rio, cuja média é de R$ 93. O mercado de escritórios de alto padrão vive uma de suas fases mais aquecidas, tanto em São Paulo como no Rio. Segundo dados da consultoria Jones Lang LaSalle, no primeiro semestre foram entregues 20 mil m2 no Rio e, até o fim do ano, a previsão é de que sejam entregues mais 87,5 mil m2. Ainda assim, a taxa de espaços vagos, que no primeiro semestre foi de 5,1% na cidade, deve cair para 2,6%, considerando espaços com contratos de locação já fechados, mas ainda não ocupados. A BR Properties, que abriu capital há três meses e captou R$ 934 milhões, tem sido uma das empresas mais ativas na compra de espaços corporativos este ano, boa parte no Rio de Janeiro. As últimas transações foram o Edifício Manchete e os 19 andares do Edifício Rio Branco, também no Rio - ambos devem passar por reformas - e galpões industriais em Louveira (SP). A empresa possui 61 imóveis em seu portfólio e a compra do Ventura - ainda que em parceria com uma instituição financeira, com metade do valor- será a maior transação feita pela empresa até agora. Segundo consta no site da companhia, a BR Properties já investiu R$ 874 milhões em aquisições desde o início de 2010, cerca de 60% do valor total previsto no orçamento aprovado por seus acionistas para este ano. A Tishman Speyer tem aproveitado o bom momento do mercado para vender ativos e devolver retorno aos acionistas dos seus fundos, mas continua ativa na outra ponta, com novas aquisições. A empresa acaba de comprar um terreno e fará um prédio comercial no Porto Maravilha, zona portuária revitalizada do Rio.

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