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PREÇOS NA CONSTRUÇÃO JÁ SUBIRAM 2% NESTE ANO

27.04.2011

Despesas que envolvem a construção ficaram mais caras neste mês. É o que mostra o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), divulgado ontem pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), em que a variação foi de 0,75% em relação a março. Nesse mês, o ritmo de alta era de 0,44% sobre fevereiro.

De janeiro a abril, o INCC acumula 1,96% de elevação. Quando se calcula a evolução de custos nos últimos 12 meses, a taxa é de 7,01%.

Apesar dessa inflação, a maioria dos grupos que integram o indicador desacelerou em abril. A exceção fica por conta da mão de obra, que está 1,16% mais custosa, ante março, e foi catapultada sobretudo entre trabalhadores técnicos, em 1,25%. Para se ter ideia do aumento, em março o incremento na mão de obra geral era de 0,27% sobre o resultado computado em fevereiro.

E é no perfil especializado que a inflação correu de forma mais forte no ano (2,48%) e na soma de 12 meses (10,45%).

 

NEGOCIAÇÃO - Dinheiro na mão do trabalhador, fruto de negociações salariais em Fortaleza e no Rio de Janeiro, foi o pilar que projetou para cima o indicador da mão de obra em todo o País.

A coordenadora da pesquisa, Ana Maria Castelo, afirmou que os percentuais nessas cidades variou 5,83% e 5,10%, respectivamente.

No Estado, a alta foi de 0,03% - o custo menor dos trabalhadores se justifica porque a data-base em São Paulo está marcada para maio. "Nesse mês ou em junho já irá refletir num aumento do indicador nessa mão de obra no Estado", destacou Ana Maria.

Somando toda a composição da construção, a variação foi de 0,21% no Estado, menor do que a média de Salvador (3,01%) e do Rio de Janeiro (2,63%).

Fora o aumento esperado pelas negociações na Capital e no Grande ABC para as próximas semanas - além de outras capitais estaduais - que, dessa forma, devem puxar o indicador no País, a cesta de materiais caminha para estabilidade nos valores.

 "A não ser que tenhamos mais falta de mão de obra; que é sempre um risco e gera inflação porque para se manter o bom profissional você é obrigado a reajustar esses salários", afirmou a diretora adjunta do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil), da regional de Santo André, Rosana Carnevalli.

A variação do INCC em 2011 é parecida com os valores acumulados no mesmo período do ano passado. "O crescimento era de 2,51%, resultado influenciado pela captação tardia das reposições salariais de Belo Horizonte, que foram feitas em dezembro, mas sentidas apenas em janeiro", disse Ana Maria.

No País, a cesta de materiais, excluindo gastos com trabalhadores e somando serviços, subiu 0,36% (contra 0,60% de expansão em março) e nos serviços, a evolução é de 0,21% (frente a alta de 0,46% de um mês antes).

 

Materiais seguem com valores estáveis

A coordenadora do INCC, Ana Maria Castelo, chamou atenção para a queda nos custos de materiais, que apesar de alta de 0,40% em abril, foi menor do que o ritmo verificado um mês antes: 0,64%. Itens de instalação elétrica, que subiram 1,30% em março, foram abatidos em 0,85% em abril. A elevação do cobre também puxou materiais metálicos nos últimos meses, mas dá sinais de queda (0,85% contra 1,54% em março).

Outro produto com redução são impermeabilizantes, acarretando na baixa do subgrupo produtos químicos em 1,64% contra a alta que tiveram um mês antes, de 0,62%.

Os que mais encareceram, como os metálicos, são reflexo das cotações de commodities no mercado internacional, segundo Rosana, como o petróleo, que dá origem a peças plásticas. Já sobre evolução nos custos da construção no geral e em São Paulo, Rosana projeta que não devem ultrapassar de 0,9% em maio.

"Puxados pelos ganhos salariais, que vão depender dos dissídios. O item material não deve pesar tanto", disse.

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