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O MAL FEITO DOS JUROS

29.06.2012

O Brasil tem alguns problemas crônicos como a alta carga tributária que encarece o produto nacional e os altos juros para as empresas e os consumidores. A Associação Comercial de São Paulo, na qual sou conselheiro vitalício e fui vice-presidente, criou há alguns anos o Impostômetro, que mede os tributos arrecadados no País e nos mostrou, em 2011, que o cidadão trabalhou 149 dias no ano só para pagar tributos. Aliás, o problema da carga tributária excessiva e dos juros não compatíveis com o que ocorre no mundo é de longa data e parece que está incrustado no seio econômico da Nação. É preciso quebrar barreiras, inclusive cultural, para reverter esse quadro. Infelizmente, temos esse absurdo sem a reciprocidade nos benefícios sociais devido aos problemas de inchaço da máquina pública, burocracia e corrupção. Quanto aos juros, embora tenhamos tido boas notícias, como a redução da taxa Selic e dos juros de financiamentos imobiliários pela Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES, muito ainda pode ser feito. O governo deveria aproveitar este momento propício, também pela crise europeia e as suas medidas implementadas na construção civil, e baixar os juros do crédito ao consumidor dos bens duráveis ou não, possibilitando desenvolver a indústria brasileira em geral. A indústria está precisando de um empurrão para deslanchar. A construção civil está andando bem graças aos juros baixos, prazos maiores e crédito farto. Todos os agentes financeiros devem fazer um esforço para o bem do País. Não é possível que ainda haja taxas de juros de mais de 100% ao ano para o consumidor final. Só louco para comprar com esses juros. A indústria brasileira, que já é penalizada em função dos produtos vindos da China e de outros países, não tem incentivo ideal. A simples redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em alguns produtos e financiamentos é paliativa. O fato é que estamos vibrando por termos passado o Reino Unido em Produto Interno Bruto (tudo o que se produz no País), subindo o Brasil para 6° do mundo, mas é também importante saber que podemos subir ainda mais se os juros ao consumidor forem mais comportados. Há que se fazer um pacto nacional com os agentes financeiros para este País crescer mais e com melhor qualidade de vida. Milton Bigucci é presidente da construtora MBigucci e da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC

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