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A capacidade de produção da ETA (Estação de Tratamento de Água) Rio Grande, na represa Billings, em São Bernardo, será ampliada em 14,58%, de 4,8 metros cúbicos por segundo para 5,5 metros cúbicos por segundo. Cerca de R$ 100 milhões são investidos nas obras de ampliação e melhoria da ETA pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Nesta sexta-feira (22/03) é celebrado o Dia Mundial da Água. Na próxima quarta-feira (27/03), a Billings comemora 88 anos.

Os desmatamentos, ocupações e assoreamentos de nascentes, rios e braços da Billings têm diminuído a capacidade de recarga da caixa d’água do ABCD. Estudos da ANA (Agência Nacional de Água) mostram que a degradação do manancial terá seu preço: a falta de água potável, até 2015, para Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema, uma vez que a capacidade do braço Rio Grande, que abastece 1,6 milhão de pessoas nessas cidades e em parte da Capital, estará esgotado. 

Apesar de dados da ANA apontarem que as cidades devem buscar um novo manancial em dois anos, para a Sabesp a ampliação de 0,7 metros cúbicos por segundo dará a segurança do abastecimento da Região para os próximos anos. “Não existe a possibilidade de falta d’água para abastecimento”, garantiu, em nota, a companhia.

Capacidade - Para Virgilio de Farias, advogado especialista em direito ambiental e membro do MDV (Movimento de Defesa da Vida), a ampliação da ETA Rio Grande não resolverá a situação. “O problema está na perda da carga d’água da represa, e não na capacidade da ETA. Se não houver água, não adiantará ampliar.” 

De acordo com Farias, quando a represa Billings foi criada, na década 1930, o manancial tinha capacidade de recarga de 33 mil litros de água por segundo. Hoje essa capacidade caiu para 12 mil litros de água por segundo. “No início, a represa era abastecida pelas nascentes. Hoje, é recarregada pelos esgotos”, destacou. 

Em Mauá, 60% da água vêm do Sistema Integrado Alto Tietê e 40 % do Sistema Rio Claro. De acordo com o estudo da ANA, a capacidade da ETA Alto Tietê não está esgotada, mas o sistema precisa de ampliação até 2015.  No entanto, tais obras não estão no planejamento da Sabesp.

Em Ribeirão Pires, a água vem do Sistema Integrado Rio Claro e, assim como Rio Grande da Serra, opera em boa capacidade de abastecimento. 

Perdas chegam a 40% na Região

Os índices de perda de água na Região variam entre 14% a 40%. A perda é causada por vazamentos na rede ou por ligações clandestinas.

O maior índice da Região está em Diadema, onde a média de perda de água é de 40%, seguida por São Bernardo (33%),  São Caetano e Ribeirão Pires (25%), Santo André (22%) e Rio Grande da Serra (14%). A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) não respondeu até o fechamento desta reportagem. 

Para combater as perdas, a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) informou que pretende normalizar a pressão na rede de distribuição, reparar vazamentos, detectar e corrigir fraudes e realizar atualização cadastral. Além de caçar as fraudes, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) pretende remanejar 60 km da rede de água, trocar 35 mil hidrômetros e instalar válvulas redutoras de pressão.

A Sabesp, responsável por São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande, informou que investirá R$ 4,8 bilhões em todo o Estado com as trocas de ligações domiciliares, hidrômetros e redes de água para combater as perdas de água. O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano informou que está em fase final a elaboração de planejamento para os próximos quatro anos sobre o tema.