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MINORU, EX-ABYARA, UNE-SE AO BTG PACTUAL

21.02.2011

Em evidência pela aquisição do Panamericano, o BTG Pactual - sem alarde - faz movimentos estratégicos também em outras áreas. A agressividade característica do banco já marca a sua presença no mercado imobiliário. Longe dos holofotes, no ano passado, registrou R$ 4 bilhões em fundos imobiliários e arrematou os endereços mais cobiçados de São Paulo e do Rio. Agora, aposta no improvável mercado residencial, segmento que não costuma atrair os bancos. Para comandar a área, elegeu Celso Minoru Tokuda, nome familiar para quem entende do ramo imobiliário.

 

Minoru fez fama como corretor e foi um dos fundadores da Abyara, empresa que não resistiu à crise e terminou nas mãos da Veremonte, do espanhol Enrique Bañuelos. Embora sua empresa tenha tido um fim trágico - Minoru não recebeu praticamente nada pela venda e tenha sido a primeira a quebrar-, ele continuou sendo, sempre, muito respeitado pelo mercado. É conhecido pela habilidade na compra de terrenos e pelo que chama de inteligência imobiliária: nos anos 80 e 90 criou e difundiu novos conceitos de produtos.

 

Sua ida para o BTG Pactual acontece justamente pela brecha deixada por outro empresário do setor, que também viu sua empresa sucumbir ao elevado endividamento. Oscar Segall, um dos fundadores da Klabin Segall - que foi comprada pela mesma Veremonte - entrou no BTG Pactual em meados do ano passado. E acaba de se desligar do banco. De acordo com fontes do setor, está indo para Miami, onde deve morar e cuidar de transações imobiliárias. De ascendência tradicionalíssima - Oscar é neto do pintor e escultor Lasar Segall e bisneto de Mauricio Klabin, fundador da fabricante de papéis Klabin - o ex-empresário pretende aproveitar o network selecionado e o conhecimento do mercado.

 

Segundo o Valor apurou, ao contrário de Segall, que tinha uma posição executiva, Minoru será sócio do banco. O desenho da sociedade ainda não está concluído e o segmento residencial será um braço da área de asset management do banco. Procurados, BTG Pactual e Minoru Tokuda não se pronunciaram sobre o assunto.

Segundo fontes, a plataforma residencial fará parceria com incorporadoras e o capital para financiar os projetos deve vir tanto dos fundos, quanto do próprio banco. A área, cuja equipe está sendo montada, inclui também salas comerciais de pequeno porte - febre do setor nos últimos dois anos.

Dos quatro fundos imobiliários que o BTG registrou na CVM e do quinto que está em análise, pelo menos dois estão diretamente ligados ao negócio residencial. Há fundos de desenvolvimento imobiliário e permutante, que investe em terrenos (residencial ou comercial) para fazer permuta com as incorporadoras por unidades autônomas dos empreendimentos. O valor total da oferta de cada fundo, ou seja, quanto o banco espera captar, é de R$ 1 bilhão.

Se a área residencial ainda é embrionária, no segmento comercial o banco está bastante ativo. Comprou 50% do Ventura, um dos mais modernos edifícios corporativos do Rio. Adquiriu, em parceria com o grupo Malzoni, parte do edifício que pertencia à Brookfield, em um dos endereços mais cobiçados da avenida Faria Lima. Com conclusão prevista para o fim deste ano, será a sede do banco. O banco, segundo o Valor apurou, estuda a aquisição de outros ativos e pretende ampliar sua atuação na área de galpões logísticos.

O BTG Pactual também comprou duas torres do Complexo JK, da construtora WTorre, além de 40% de participação em um terreno próximo ao shopping Morumbi, em São Paulo, onde será erguido edifício comercial de 96 mil 2.

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