ACIGABC

Notícias

FORASTEIROS COMPRAM 15% DOS IMÓVEIS NOVOS DA REGIÃO

12.05.2011

A possibilidade de comprar apartamentos de luxo mais baratos do que na Capital fez com muitos paulistanos optassem pelo Grande ABC. Construtores afirmam que 15% das vendas de imóveis novos na região são feitas para moradores de São Paulo. Isso porque paga-se aqui até 50% menos para se adquirir imóvel em bairro com a mesma infraestrutura que na Capital.

"Hoje, o carro-chefe está nos condomínios-clubes, onde o morador faz tudo no mesmo lugar. Quem mora na Capital consegue um up grade em sua categoria de vida gastando muito menos do que desembolsaria por lá", explica Tiago Henrique Lopes, dirigente de uma empresa imobiliária paulistana, que desembarcou na região.

São Caetano e São Bernardo são os municípios que registram o maior interesse desse público. A ideia é usar a proximidade com a Capital e o fácil acesso para atrair clientes.

Aparecido Viana, presidente de uma imobiliária em São Caetano, avisa que no município a falta de terrenos é o que mais dificulta o segmento. "Aqui a atração é ainda maior. Cerca de 30% das vendas de imóveis na cidade são fechadas com pessoas que vivem em São Paulo. Isso acontece porque o município tem boa infraestrutura e é referência nacional", avalia.

Já São Bernardo sai na frente pela ampla oferta de espaços perto do centro e também pela proximidade com a Rodovia Anchieta. O município possui 2.421 unidades em construção de apartamentos com três quartos para atender a classe B, público com rendimento médio de R$ 3.670, conforme metodologia da Universidade Municipal de São Caetano. "O Grande ABC é um grande canteiro de obras e, apesar de não termos pesquisa sobre isso, sabemos que São Bernardo tem tomado a dianteira na oferta de espaços para esse tipo de público", explica Milton Bigucci Júnior, diretor técnico de uma empresa na cidade.

CUSTO-BENEFÍCIO - Robson Tuneto, diretor de vendas de uma construtora de São Bernardo, considera que a procura por espaços na região seguirá aquecida.

O comerciante Spartacus Rodrigo Soares da Silva, 23 anos, que hoje vive na Mooca, é um dos exemplos de forasteiros que preferiram trocar a Capital pelo Grande ABC. Ele não esconde que o preço teve peso final na decisão. "O apartamento no Baeta Neves saiu por R$ 220 mil. Em São Paulo, espaço parecido custaria R$ 300 mil", conta ele, que procurou por empreendimentos nos bairros do Morumbi e da Saúde.

"O custo-benefício também me pareceu viável. Existe transporte público para o centro e vou estar próximo para me locomover de carro."

 

Construtoras encontram nicho para sair da estagnação

Com o aumento de forasteiros buscando empreendimentos regionais, as construtoras encontraram nicho para sair da estagnação das vendas locais, uma vez que a região aproveitou o boom dos últimos três anos para abastecer principalmente o mercado interno. Entre as sete cidades, calcula-se que o deficit esteja entre 80 mil e 100 mil habitações.

A procura ocorre, principalmente, em cidades como Mauá e Diadema, para as classes média (que tem salário médio de R$ 2.094) e DE (com ganhos em torno de R$ 1.105), que passaram a integrar o mercado com o Minha Casa, Minha Vida.

A falta de terrenos com preços baixos nas regiões centrais também contribui para que boa parte dos empreendimentos seja focada para o público de fora, uma vez que o metro quadrado não sai por menos de R$ 3.243.

 

Mesmo com alta de 37% nos preços, Grande ABC é atrativo

A maior procura por empreendimentos de três e quartos dormitórios fez com que o valor do metro quadrado tivesse alta de até 37% no Grande ABC nos últimos três anos. Mesmo assim, ainda é mais rentável buscar espaços aqui do que em São Paulo. "Temos requinte e sofisticação que na Capital são inatingíveis para a classe B. Além disso, temos espaços planejados que agregam lazer e compras com valores muito menores", diz Aparecido Viana.

Para se ter ideia, o custo médio dos imóveis na região se assemelha ao cobrado no Ipiranga, que possui, em sua maioria, imóveis com até 80 m². "O que percebemos é que o Grande ABC está passando por valorização porque a qualidade de vida é melhor do que a da Capital. Além disso, oferece a mesma infraestrutura, melhor segurança e outros termos fundamentais na hora de escolher o produto", destaca Luiz Paulo Pompeia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio).

últimas notícias