ACIGABC

Em sua posse como o novo comandante-geral da Polícia Militar, na Academia do Barro Branco, na Capital, o coronel Roberval Ferreira França reiterou durante seu discurso que a corporação adotará novos instrumentos "eficazes de apuração interna" de crimes envolvendo policiais. Para o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, uma das prioridades da Pasta junto ao novo chefe será rever as condições gerais do presídio militar de Romão Gomes. "O presídio não pode servir de privilégio para ninguém, ainda mais para quem trai um compromisso e desonra um juramento. Esse policial tem de ter a consciência de que vai para o presídio comum e será punido. Estamos repensando isso com muita convicção", disse Pinto. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito da Capital, Gilberto Kassab (PSD), e outras autoridades estaduais também participaram da cerimônia. A ideia da secretaria é fazer com que militares paguem pelos seus crimes como policiais civis. Por isso, está em estudo acelerar o processo administrativo e excluir rapidamente da corporação quem cometer crimes hediondos, como estupro, sequestro, roubo e homicídio para que possam ser julgados como cidadãos comuns. A posse de Roberval, ex-comandante da Polícia Militar no Grande ABC, durou cerca de uma hora. Em seu discurso, reiterou que pretende implantar novos modelos de estrutura organizacional e operacional da corporação, e intensificar as relações com a comunidade. "Queremos que não se limitem apenas em fazer polícia, mas façam história", destacou o coronel. "Tenho certeza de que o coronel vai estabelecer estratégia adequada para diminuirmos ainda mais os índices de criminalidade", reforçou Pinto. Ao lado de outros coronéis que assumirão batalhões, incluindo Helson Léver Camilli, novo comandante do Grande ABC, Roberval não contou com a presença do seu antecessor no cargo, Álvaro Camilo, que não compareceu na cerimônia. Segundo o secretário, não houve choque em sua saída, antecipada, já que teria de entregar o cargo no dia 21 de maio, quando completaria cinco anos no posto. "Nós chegamos a um consenso de que, embora ele pudesse permanecer, agilizamos a troca para que definíssemos as novas estratégias com maior rapidez. Ele entendeu", completou Pinto.