ACIGABC

Notícias

TRIPLICA NÚMERO DE COTISTAS DE CARTEIRAS NEGOCIADAS EM BOLSA

13.07.2011

Os fundos imobiliários negociados em bolsa já começam a entrar no radar dos investidores. O número de cotistas registrados na BM&FBovespa mais do que triplicou desde 2009, passando de 8.315 para 29.192 investidores em junho deste ano. Um aumento de 250,35%.
O volume financeiro negociado também acompanhou esse crescimento, registrando aumento de 64% no período e somando R$ 375, 5 milhões no primeiro semestre deste ano.
Atualmente, existem 114 fundos registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que contabilizam R$ 9,9 bilhões de patrimônio. Desses, apenas 54 são negociados no mercado secundário da BM&FBovespa e somam R$ 9,56 bilhões em valor de mercado.
Para dar mais transparência para a demonstração financeiras desses produtos, a CVM colocou em audiência pública uma minuta que prevê a reavaliação das regras de reconhecimento, classificação e mensuração de ativos e passivos dos fundos.
A minuta SNC 01/11 exige que os imóveis sejam classificados de acordo com a sua finalidade. Nas demonstrações financeiras, os imóveis destinados à renda deverão ser enquadrados como propriedade para investimentos, sendo registrados pelo seu valor justo. O parâmetro mais usado, nesse caso, é o preço dos ativos similares negociados em mercado com liquidez.
Hoje alguns fundos registram os imóveis nas demonstrações contábeis pelo seu valor de custo.
Já os imóveis destinados à venda, serão classificados como estoque e registrados no ativo circulante pelo valor do custo ou valor realizável líquido.


"Dessa forma, o valor contábil da cota tende a refletir seu valor justo e se aproximar mais do valor de mercado, que está sendo negociado em bolsa", afirma Osvaldo Zanetti Favero Júnior, analista da CVM, durante evento realizado ontem na bolsa.
A intenção, segundo o analista da CVM, foi de trazer para os fundos a mesma metodologia adotadas pelas normas contábeis internacionais.
Os ganhos e perdas resultantes de avaliações de ativos e passivos devem impactar o resultado contábil dos fundos. Porém, nada muda para a distribuição dos rendimentos para os cotistas, uma vez que esses valores são apurados conforme o fluxo de caixa proporcionado pelos empreendimentos, explica Favero Júnior.
O aperfeiçoamento regulatório contribuirá para tornar o mercado mais robusto, destaca Carlos Rebello, diretor de regulação de emissores da BM&FBovespa
Para Rodrigo Machado, representante da Câmara Consultiva do Mercado Imobiliário da BM&FBovespa, a medida permite uma formação melhor do preço das cotas e poderá, inclusive, beneficiar os fundos cujas cotas estão sendo mal avaliadas no mercado secundário, sendo negociadas abaixo do valor patrimonial. "Muitos cotistas tinham dificuldade de entender a diferença do valor patrimonial das cotas apresentado na demonstração financeira dos fundos, que estava sempre muito abaixo do valor de mercado."
Hoje os dez fundos imobiliários mais negociados na BM&FBovespa, representam 32% do total do valor de mercado das carteiras negociadas em bolsa.
A tendência é de crescimento das negociações desses ativos no mercado secundário com o aumento da oferta de novos fundos. Até junho, havia 16 ofertas em análise na CVM, que somavam R$ 2,37 bilhões.
A minuta ficará em audiência até o dia 18 de julho.

últimas notícias