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GERDAU VAI EXPANDIR CAPACIDADE; LUCRO CAI 29%

06.05.2011

Estimulada pela forte demanda da indústria de transformação, do setor automotivo e da construção civil, a Gerdau anunciou ontem investimentos em expansão de capacidade de usinas e na construção de três novas siderúrgicas no Brasil e na América do Norte.

 

O pacote ainda não está fechado, mas poderá agregar mais 2,6 milhões de toneladas à capacidade de produção de aço bruto do grupo, que hoje é de pouco mais de 25 milhões de toneladas por ano.

Os projetos foram revelados pelo diretor-presidente, André Gerdau Johannpeter, durante apresentação dos resultados de janeiro a março. No trimestre, a receita consolidada líquida da Gerdau cresceu 18% sobre igual período de 2010, para R$ 8,4 bilhões, mas o lucro líquido caiu 29%, para R$ 409 milhões, devido à "expressiva pressão" dos custos das matérias-primas, conforme a empresa.

O executivo também voltou a afirmar que não comentaria "especulações" sobre o eventual interesse do grupo em adquirir parte do controle da Usiminas.

Segundo Johannpeter, as três novas usinas estão em fase de estudos e ainda não há definição quanto a prazos de implantação ou valor dos investimentos. Elas não fazem parte dos R$ 10,8 bilhões em aportes já programados para o período 2011-2015, ao contrário dos R$ 1,3 bilhão previstos para os projetos de expansão de unidades já existentes que também foram revelados ontem.

As novas siderúrgicas no Brasil serão construídas nas regiões Norte-Nordeste e Centro-Oeste, cada uma com capacidade anual de produção de 500 mil a 700 mil toneladas de aço para a construção civil e indústria de transformação. Conforme o diretor-presidente, "vários Estados" são candidatos a receber as unidades. Na América do Norte os estudos são para a construção de uma nova usina de aços especiais, com capacidade de 700 mil a 800 mil toneladas por ano. Não foi informado qual país deverá receber o investimento.

Também está em fase de estudos, e portanto fora do pacote de R$ 10,8 bilhões em investimentos orçados até 2015, a implantação de um novo laminador de vergalhões, "provavelmente" em uma das usinas da Gerdau no Sul do Brasil, com 600 mil toneladas/ano de capacidade, disse Johannpeter. Na região, o grupo produz aço para construção nas siderúrgicas Riograndense, no Rio Grande do Sul, e Guaíra, no Paraná.

Os planos de expansão das unidades já existentes alcançam R$ 718 milhões em São Paulo. Um dos projetos prevê uma nova linha de vergalhões em rolo em Araçariguama. Em Pindamonhangaba será instalado um laminador de aços especiais de 500 mil toneladas/ano que elevará a capacidade da usina para 1,2 milhão de toneladas de laminados por ano. Os dois equipamentos entram em operação em 2012 e em 2013 deve ser concluída a instalação de uma fábrica de produtos prontos para a construção civil em Pindamonhangaba.

Nos Estados Unidos, os investimentos serão de R$ 560 milhões, até 2014, nas usinas de Monroe (Michigan), Fort Smith (Arkansas), Jackson (Michigan) e St. Paul (Minnesota), que ganharão capacidade adicional de 400 mil toneladas de aços especiais por ano para suprir o aumento da demanda do setor automotivo e da indústria de transformação do país. No fim do ano passado o grupo já havia anunciado uma expansão de 200 mil toneladas/ano em Monroe.

No trimestre, as vendas físicas consolidadas da Gerdau cresceram 16% sobre o mesmo período de 2010, para 4,7 milhões de toneladas, com alta mais expressiva, de 22% (para 1,6 milhão de toneladas), na América do Norte. A receita líquida média em reais por tonelada vendida cresceu 1,2% no consolidado, para R$ 1.776. No Brasil, onde o volume cresceu menos (apenas 2%, para 1,2 milhão de toneladas), o preço médio recuou 8,5%, para R$ 2.001.

Segundo Johannpeter, os preços do aço apresentaram "muita volatilidade" no mercado internacional nos últimos meses, mas a tendência é de estabilidade a partir de agora. No início do ano o grupo decidiu cortar descontos que vinha concedendo aos clientes no mercado interno desde o terceiro trimestre de 2010, mas o executivo não fez previsões sobre novos reajustes nos próximos meses.

Em abril foi concluída a oferta primária de 202,8 milhões de ações ordinárias e preferenciais da Gerdau S.A., que gerou R$ 3,6 bilhões líquidos. Deste total, R$ 2,1 bilhões foram usados para antecipação de pagamento de dívida e o restante foi incorporado ao caixa da companhia, que hoje soma R$ 4 bilhões. Com isso, a dívida líquida, que no fim de março era de R$ 11,8 bilhões, caiu para R$ 8,2 bilhões, disse o vice-presidente executivo de finanças, controladoria e relações com investidores, Osvaldo Schirmer.

A operação incluiu ainda a oferta secundária de ações preferenciais da Gerdau S.A. pertencentes à Metalúrgica Gerdau e à Gerdau BG Participações, de R$ 1,3 bilhão. O valor final da oferta será conhecido após o período de exercício do lote suplementar de até 30,6 milhões de novas ações ON e PN, que encerra dia 12 deste mês.

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