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ODE À ÁGUA.

17.08.2010

(A questão dos hidrômetros individuais) Hubert Gebara. Assim como a agricultura, o mercado imobiliário é grande consumidor desse bem volátil, instável e frágil, a água. Não só na construção propriamente dita, mas quando o morador se estabelece no imóvel e aumenta o seu consumo. Vejo como oportuno criar um fundo de obras em cada condomínio e que parte dele seja destinada a instalação do hidrômetro individual, se isto ainda não foi providenciado. E, para as construtoras, a sugestão no sentido de que o hidrômetro individual faça parte do anuncio de lançamento dos conjuntos residenciais, com destaque no layout, pois a presença deste item concorre, sem duvida, para a valorização do imóvel. Quando se instala um condomínio em países do Primeiro Mundo, um fundo de reserva já é destinado a atender aquela comunidade nas despesas extraordinárias que vão inevitavelmente surgir no primeiro e nos anos seguintes da gestão. A água esta certamente no cerne dessa preocupação com futuras despesas. O esforço de preservação desse bem está, atualmente, disseminado em todas as regiões do Planeta. Mas vem sendo especialmente levado a sério nos países cuja cultura ainda difere um tanto da nossa em termos de respeito pelos recursos naturais. No Brasil, o esforço também já começou, e muitas administradoras de imóveis, construtoras e incorporadoras priorizam a questão. Ma ainda falta empenho, especialmente do setor público. Hoje, tanto Hemisfério Norte quanto Sul – países acima como abaixo da linha de pobreza – sabem que a água é problema de vida ou morte para todos. No contexto das variações climáticas que podem no futuro mudar a geografia, desenhando novos caminhos marítimos, já entrou para as prioridades das forças armadas internacionais, segundo a OTAN. “Água é comida” poderia ser um novo slogan de alerta, agora para bilhões. A agricultura é a grande consumidora da água que torna férteis nossas terras. Consome cerca de 70% da água doce que fertiliza e garante nossa sobrevivência, antes e depois da revolução dos agrotóxicos e dos insumos industriais introduzidos décadas atrás, num esforço para não deixar entrar em colapso o suprimento de comida no momento em que o crescimento da população explodia. “Comida para milhões”, disseram os entusiastas da chamada e nada sustentável “revolução verde”. Não sabemos quantos hidrômetros de medição de água individualizada existem nos condomínios dos países ricos. Ma sabemos que a instalação desse equipamento responde com mais do que os alegados 30% ou 40% de economia na conta de água. Os hidrômetros induzem antigos “gastadores” de água a investigarem onde estão os vazamentos antes ignorados, quando o custo da conta era rateado por todos os condôminos. Esse comportamento pós-medição individualizada garante mais economia. Parecem coisas diferentes, mas tudo o que mexe com a água esta interligado. Qualquer tipo de economia repercute na questão geral e apocalíptica da escassez dessa commodity, abaixo e acima do Equador. Hora de todos levarem a questão a serio.

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