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PERSPECTIVAS PARA O BRASIL EM 2011 E TENDÊNCIAS DO SETOR IMOBILIÁRIO

10.12.2010

O tema permeou encontro empresarial realizado na segunda-feira, 6/11, na sede do Secovi-SP

Empresários lotaram a sala plenária do Sindicato no último encontro do ano
Um time de especialistas das áreas política, econômica e imobiliária participou nesta segunda-feira, 6/11, da mesa-redonda “Perspectivas para o Brasil em 2011 e tendências do setor imobiliário”, realizada na sede do Sindicato.

“O desafio é conciliar todas as possibilidades demonstradas por essa verdadeira seleção”, observou o presidente da Fiabci/Brasil e vice-presidente do Secovi-SP, Ricardo Yazbek. “Trata-se de uma síntese de conhecimento”, complementou o presidente do Secovi-SP, João Crestana, entidades promotoras do evento.

O tema permeou as apresentações feitas durante o encontro empresarial, que teve como convidados o economista Eduardo Giannetti da Fonseca; Guilherme Afif Domingos, vice-governador eleito e futuro secretário de Desenvolvimento do Estado de São Paulo; Luiz Antonio Nogueira de França, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip); e Paulo Melo, diretor regional de incorporação da Odebrecht Realizações Imobiliárias.

Desafios de uma década

Abrindo os trabalhos para falar sobre “Incorporação e Construção Imobiliária - Tendências a partir de 2011", Paulo Melo pediu licença ampliar a análise, a fim de adequá-la a uma das principais características do negócio do setor, que é o longo prazo. Mostrou uma visão para os próximos dez anos, baseada em planejamento preparado pela empresa objetivando a criação de valor.

A iniciativa prevê que o cenário para 2020 envolve oportunidades de crescimento econômico sustentado e de amadurecimento político. A expectativa, explicou Melo, é de que o setor passe dos 3% para 7% do PIB brasileiro, o qual deverá crescer 4,8% (em torno de US$ 3 bilhões).

O plano também considera que o déficit habitacional de 7,8 milhões de moradias estará resolvido até 2019, aponta tendência de queda na taxa de juros, aposta em aprovações restritivas na área ambiental e em novas demandas para a cidade e o setor. “É preciso investir em novas tecnologias, na profissionalização, tentar industrializar a construção e nos prepararmos para atender clientes mais exigentes e com consciência social”, concluiu.

Construção do futuro

“Tenho a convicção de crescimento do mercado e a certeza de que o setor é capaz de construir um futuro promissor”, afirmou Luiz Antonio Nogueira de França, da Abecip, na palestra sobre "Perspectivas do Crédito Imobiliário no Brasil". Segundo ele, é importante o baixo nível de desemprego e o setor imobiliário mostra sua força, num ambiente que as instituições financeiras investem muito no crédito.

“A situação é de grande demanda de imóveis novos e também no segmento de usados, que funciona como motor para vender os lançamentos – e que vem recebendo grande volume de financiamentos. Encerrando o ciclo, disse o dirigente, está o financiamento às construtoras, que contribui para a realização das obras.

França comentou também sobre a capacidade limitada dos recursos da poupança, alvo de inúmeras discussões nos últimos meses, e lembrou sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido no sentido de buscar novas fontes. O desafio é encontrar alternativas que permitam que a prestação caiba no bolso do comprador. A transição vai requerer intensos debates entre governo e entidades.

Luiz França acredita que o crédito pode chegar a 11% do PIB em 2014 e projeta crescimento de 50% nos financiamentos imobiliários, sobre os atuais R$ 75 bilhões a R$ 80 bilhões.

Modulação no otimismo

O economista Eduardo Gianetti da Fonseca disse que é necessário modular “um certo otimismo eufórico” que tomou conta do País. Para ele, existem problemas e não há melhor momento para resolvê-los. Sobre o "Cenário econômico atual e futuro do País", o especialista analisou a crise global e falou sobre macroeconomia em 2010, além de comentar o ambiente básico e provável para os próximos anos.

Com uma economia hipersensível ao comportamento mundial, o Brasil conseguiu atravessar a crise internacional em razão de três fatores fundamentais, na avaliação de Fonseca: melhora das contas externas; dinamismo do mercado doméstico, viabilizado pelas mini-reformas promovidas no início do mandato do presidente Lula e economia relativamente fechada; continuação da política econômica (câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário).

“Não se acostumem a 2010, um ano de recuperação cíclica do País, o que permite crescer 7%. No entanto, o crescimento deverá ter padrão moderado, no máximo de 4,5% ao ano, com a política monetária preservada e restauração da questão fiscal.

Num cenário com viés de baixa, Fonseca avalia que a primeira reunião do Copom – Conselho de Política Monetária, vai dar o tom da política econômica a ser adotada pelo novo governo. Para um viés de alta, ele prevê algum sacrifício no começo do mandato, com contenção fiscal em sintonia com a política monetária acompanhada de reformas fiscais (tributária e trabalhista). Isso possibilitará um ambiente de negócios melhorado para estimular investimentos privados em infraestrutura. “O cenário bom, positivo e moderado requer ainda, nesse conjunto de ações, a redução dos benefícios de aposentadorias dos servidores públicos”, concluiu.

Perspectivas políticas

Reforma política é questão fundamental e deve ser discutida em momentos de bonança. Essa é a opinião que Guilherme Afif Domingos, que trouxe ao encontro empresarial sua percepção sobre o “Cenário político do Brasil a partir de 2011".

Na opinião de Afif, o sistema de crédito ao consumo e à produção imobiliária foram os grandes responsáveis pelo sucesso da economia até agora, mas a falta de estabilidade nas regras atrapalha investimentos que geram emprego e renda, cabendo à sociedade pressionar por mudanças nesse sentido. Afirmou também que a Secretaria de Desenvolvimento, que assume a partir de janeiro de 2011, tem como principal missão, cuidar do investimento na estrutura de mão de obra, com capacitação e qualificação necessárias.

A última edição do encontro empresarial em 2010 contou com a presença de associados e diretores da Fiabci/Brasil e do Secovi-SP, de diretores de regionais, de presidentes e representantes de entidades de classe, de instituições financeiras e membros do grupo Novos Empreendedores do Sindicato, dentre outros convidados.

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