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CORREÇÃO NO ALUGUEL PODE CHEGAR A ATÉ 10% EM 2011

17.11.2010

O consumidor pode preparar o bolso para quitar os aluguéis a partir do ano que vem. O indexador mais utilizado nessa conta, o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), deve subir nos próximos meses, segundo expectativa do mercado financeiro.

De acordo com o Boletim Focus do Banco Central do Brasil), o IGP-M acumulará neste ano 10,59%. Na semana passada, as previsões eram para 10,05%. O documento reúne opinião dos economistas das principais instituições do mercado financeiro e algumas empresas nãofinanceiras.

Conforme o responsável pela apuração do indicador, o Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), os resultados do IGP-M acumulados em 12 meses, neste ano, subiram consecutivamente.

Em setembro, o índice acumulava 7,77%. Já em agosto, o resultado era de 6,99%, por exemplo.

Para o economista José Eduardo Amato Balian, que ministra aulas no curso de Administração da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), é possível afirmar que a correção a partir de 2011 atinja a casa dos 10%. "Se considerarmos as previsões para futuras altas, é razoável esperar reajuste maior", disse.

A alteração do aluguel utiliza como base o acumulado do IGP-M em 12 meses a partir do mês de aniversário do contrato. Portanto, se o ano fechar com 10,59%, os contratos iniciados em janeiro terão reajuste com o mesmo percentual. Neste caso, considerando um imóvel alugado por R$ 500 em dezembro de 2009 teria mensalidade, de no mínimo, R$ 552,90 em fevereiro.

Contratos por escritos, residenciais, dentro do prazo de 30 meses e indexados ao IGP-M não podem sofrer alterãções maiores que a do indicador, afirmou o diretor de locação residencial do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), Hilton Pecorari Baptista.

Novos contratos terão alterações superiores ao índice

Quem procurar imóvel para alugar no ano que vem encontrará preços maiores aos que os inquilinos de residências com as mesmas características pagarão. A sustentação do preços mais altos é por conta da valorização do imóvel.

Enquanto inquilinos não terão correções diferentes ao indexador do seu contrato, os novos locatários encontrarão preços com inflação e valorização embutidos.

De acordo com o professor José Eduardo Amato Balian, da ESPM, os aluguéis na Região Metropolitana giram em torno de 0,5% a 0,8% do valor de venda do imóvel. E o bom momento do mercado imobiliário estimula que os valores continuem subindo.

Porém, o diretor de locação residencial do Secovi-SP, Hilton Pecorari Baptista, diz que "os imóveis estão muito valorizados e se a rentabilidade do locador for de 0,65% ao mês, está de bom tamanho".

Balian e Baptista informaram que a falta de imóveis para alugar também propicia encarecimentos.

 Locadores ganham mais com inquilinos antigos adimplentes

Mais vale manter inquilino bom pagador, apenas com reajuste da inflação, do que trocar por novo locatário para aumentar mais o aluguel, avaliou o diretor do Secovi-SP, Hilton Pecorari Baptista. "Pela diferença de alguns reais, é melhor manter o contrato atual", disse.

De acordo com o especialista, o locador deve pensar em ganhar mais com a valorização do imóvel, do que com o reajuste do aluguel. "Se tiver bom inquilino pagando bem, conservando o imóvel, não vale a pena trocar. Além de deixar o local vazio por tempo indeterminado (se não houver interessado), o primeiro aluguel vai para imobiliária", pontuou.

COMERCIAL - Imóveis comerciais têm contratos mais flexíveis, afirmou Baptista. O documento pode ter período diferente de 30 meses, portanto cabem alterações em menor período, o que não ocorre com os residenciais. "E se bem alugados, têm rentabilidade mensal entre 1% e 2% sobre o valor total." PS

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