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COM TAXA BAIXA, BB QUER ATALHOS NO CRÉDITO HABITACIONAL

26.07.2011

Enquanto os financiamentos à habitação social ganham peso no portfólio da Caixa Econômica Federal, que por décadas atuou sozinha na oferta de crédito imobiliário, o Banco do Brasil (BB), que estreou no segmento mais tardiamente, tem mostrado fôlego de sobra para preencher eventuais lacunas deixadas pelos concorrentes. Para ganhar mercado, o BB vem lançando mão de uma estratégia agressiva de preço. As taxas praticadas já são, em alguns casos, semelhantes às da Caixa, líder do setor - Taxa Referencial (TR) mais 8,4% ao ano. Nos bancos privados, o juro normalmente começa a ser cobrado a partir de 10% mais TR.

Se a Caixa abaixa 0,1 ponto percentual, reduzimos também na sequência, disse Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente novos negócios e varejo do BB, em entrevista concedida na sexta-feira. Os custos mais baratos são direcionados a tomadores que fazem parte de convênios fechados pelo banco ou a participantes de eventos como os salões do imóvel.

No ano passado, o BB marcou presença em salões realizados em Belo Horizonte, Salvador, São Paulo e Brasília oferecendo financiamentos com taxa de 8,4% ao ano mais TR. Tal condição poderia ser mantida para contratos fechados até 180 dias após o evento, dando prazo para o candidato ao financiamento procurar o imóvel dos sonhos. Para as edições deste ano, que devem acrescentar ao rol de cidades Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre a partir de agosto, promete repetir a dose.

O fato de a Caixa financiar a habitação social, com metas ambiciosas para tocar a segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida, não significa descuidar dos demais segmentos, segundo o diretor da área, Teotônio Rezende. Mas naturalmente, o banco federal vai perder fatias de mercado, à medida que instituições privadas, e mesmo o BB, ganhem mais dinamismo. Num mercado competitivo não é razoável que um único player tenha uma participação de 40%, como a Caixa tem. A expectativa é liberar neste ano R$ 81 bilhões no total, o que vai representar uma expansão da ordem de 7%.

Enquanto isso, porém, o BB se vale da fase de maturidade de alguns empreendimentos financiados dois anos e meio atrás e que, agora, começam a entregar as chaves aos futuros inquilinos. Cinco projetos dos 123 financiados pelo banco desde 2009 estão, no momento, em fase de repasse para pessoas físicas. O banco espera conquistar, em média, 30% das vendas. Até agora, foram contratadas 596 propostas. Para o segundo semestre, mais dez projetos (com 1.842 unidades) entram na etapa de entrega das chaves.

O BB traçou como meta estar entre os três maiores financiadores de imóveis até o fim de 2012. Encerrou 2010 na quinta posição, com uma carteira de R$ 3 bilhões. Neste ano, o objetivo é dobrar o volume. Da atual carteira de crédito imobiliário de R$ 5 bilhões, R$ 4 bilhões são de financiamentos a pessoas físicas. Os contratos com construtoras totalizam R$ 2,5 bilhões, mas apenas R$ 1 bilhão foi, de fato, desembolsado até agora.

O HSBC tem desembolsado por mês cerca de R$ 160 milhões a fim de defender o seu quinhão no mercado. Embora veja o crédito desacelerando, o sistema ainda é ofertante porque a inadimplência segue baixa. "Os bancos não enxergam só a receita desse produto, mas as oportunidades de cross selling, diz o diretor de crédito imobiliário Antonio Barbosa.

A CrediPronto, sociedade entre o Itaú Unibanco e a imobiliária Lopes, desembolsou no segundo trimestre R$ 327,6 milhões, aumento de 124% em relação ao mesmo período de 2010, segundo o diretor Bruno Gama. Na comparação com o primeiro trimestre do ano, a expansão foi de 57%. Em julho, as concessões devem alcançar R$ 60 milhões, sendo que a previsão é chegar a uma média de R$ 100 milhões por mês até o fim do ano. O crescimento por meio de aquisições de corretoras têm contribuído para tal ritmo. Estamos com um posicionamento muito agressivo, que não representa a média do mercado.

Na BM Sua Casa, braço de financiamento imobiliário da Brazilian Finance & Real Estate (BFRE), o ritmo de concessões se mantém, graças à expansão orgânica, segundo o sócio Fabio Nogueira. Nos últimos 12 meses foram abertas 68 unidades e até o fim do ano serão inauguradas outras 11 lojas da companhia hipotecária

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