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ECONOMIA DE ÁGUA NO CANTEIRO DE OBRAS

10.04.2015

Em reportagem, O Estado de S. Paulo fala com várias construtoras sobre as possibilidades de economia de água, reutilização e outras melhorias nos canteiros e áreas de construção. Confira a íntegra abaixo:



Economia de água no canteiro de obras

Empresas investem em ações para reduzir o desperdício e incentivar o reaproveitamento do líquido durante a construção do empreendimento

Edilaine Feliz

A crise hídrica que se instalou no Estado de São Paulo e no Sudeste em geral está levando diferentes segmentos da constrição civil a rever procedimentos nos canteiros de obras dos empreendimentos. Assim, empresas do setor tem adotado doluções para economizar água como parte de um sistema de conscientização do uso racional do líquido nos seus processos construtivos.

A construtora Tarjab, por exemplo, desde o final de 2014 faz ações para reduzir o consumo do líquido nas construções. Uma dessas medidas é a coleta de água da chuva.

De acordo com o diretor técnico da empresa, Sérgio Domingues, em um reservatório são coletados cinco mil litros de água de chuva, usados para a descarga em banheiros, lavagem de ferramentas e das lajes de concreto armado.

"A ação ficou mais forte nos canteiros a partir de janeiro", diz Docimengues. De outubro de 2014 a fevereiro de 2015, a Tarjab mapeou sete empreendimentos e em todos houve queda no consumo de água.

No entanto, Domingues conta que mesmo antes de a cidade entrar no estado mais crítico da falta de água, a construtora já realizava uma prática de gestão, de monitoramento de consumo. E, quando o uso aumentava, a companhia fazia avaliação para entender o que estava causando a alta.

De acordo com o diretor, essas pr´ticas de gestão vieram para ficar e sua expectativa agora é ampliar as ações. "Além da captação da chuva, fizemos mudanças em nossos processos construtivos, usando paredes de drywall (sistema industrializado de paredes internas), que diminuiu uso de alvenaria, usando menos água para produção de massa, por exemplo", afirma Domingues.

Repuso. Comprar água de reúso de caminhão pipa foi uma das alternativas adotadas pela construtora Trisul para reduzir o consumo nas obras. A empresa armazena em caixas d'água instaladas no subsolo da obra, e um sistema de tubulação daz a distribuição para todo o empreendimento. O gerente de obras da Trisul, Emerson Paraguassu, chama o processo de "sistema cascata".

Ele afirma que, além da água comprada, a construtora também utiliza baldes e tambores embaixo de todas as torneiras instaladas na obra, pois se um funcionário esquecer a torneira aberta, não haverá desperdício", e essa água poderá ser reutilizada nos procedimentos de lavagens de materiais e de alvenaria industrial, como gesso.

"Nas obras, temos bebedouros instalados em alguns andares e o sistema de esgotamento (do líquido que cai pelo ralo) deles é interligado ao sistema de captação (para reúso). Assim, toda água que não é consumida é aproveitada. Nenhuma água da obra é desperdiçada" diz.

Os canteiros da Trisul adotaram o reúdo há mais de um ano. mesmo com o aumento do aproximadamente 80% no preço da água do caminhão pipa, Paraguassu diz que, ainda assim, essa operação é vantajosa do que utilizar a da Sabesp.

Outra ação, implantada há sete meses em uma obra da Trisul, é a captação de água da chuva. "Duas caixas de cinco mil litros estão instaladas no subsolo e essa é usada para lavagem de rodas de caminhões, banheiros e ferramentas. Não é utilizada para o uso direto", afirma Paraguassu.

Economia. O gerente da Trisul conta que há uma economia de R$ 150 por cada 10 mil litros de água de chuva acumulados. Paraguassu ressalta que diminuir os resíduos nas obras é um ponto importante também para economizar água.

A construtora ainda tem utilizado um contrapiso que já vem pronto, dando rapidez à obra e não gerando entulho. "Industrializar o processo ajuda a economizar", diz.

Para o diretor regional da Odebrecht Realizações Imobiliárias, paulo Aridan, a crise acelerou algumas ações de consumo nas construtoras, inclusive na OR.

"Obras grandes e caras, como as realizadas pela OR, causam impacto maior no entorno, e sempre foi preciso ter preocupação maior", afirma.

Limpeza. O diretor da Odebrecht ainda diz que a cosntrutora já adotava algumas práticas de consumo racional de água, sendo que uma delas era decantar (retirar os resíduos) a água utilizada para lavar os pneus de caminhões em novas lavagens.

"Com a crise hídrica, aceleramos algumas ações. Há um ano, usamos água de reúso para limpeza e conservação e captamos água de chuva", diz.

A OR também implantou mictórios a seco e torneiras com acionamento automático nessas obras. Segundo Aridan, essas ações acontecem em 10 obras da Odebrecht na capital paulista, mas ainda não dá para mensurar os impactos econômicos das ações.

"Hoje, ainda é intuitivo (medir a economia de água), pois ainda não passamos por todos os ciclos das obras - e cada ciclo tem um uso diferente da água. Precisamos fechar um período para avaliar", alega Aridan.

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