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ESTOUROS DE ORÇAMENTOS AINDA PREJUDICAM CYRELA

28.03.2012

A probabilidade de haver estouros de orçamentos nos projetos novos da Cyrela Brazil Realty em proporção semelhante à ocorrida em obras de lançamentos realizados em 2007 e 2008 é "praticamente nula", segundo o vice-presidente financeiro da companhia, José Florencio Rodrigues. As margens da Cyrela ainda sofrem impacto negativo dos projetos das safras de 2007 e 2008. Isso ainda deve ocorrer por mais dois ou três trimestres, segundo Rodrigues, em proporção cada vez menor. Não houve surpresas, no quarto trimestre, em relação a orçamento, conforme o executivo. O impacto nas margens do período deveu-se a situações identificadas anteriormente e reconhecidas nos resultados devido ao avanço das vendas e à evolução física da obras. Apesar disso, a margem bruta do trimestre, de 29,1%, foi superior à de 24,5% do intervalo equivalente de 2010 e aos 28,6% do terceiro trimestre de 2011. No acumulado do ano, os custos excedentes referentes aos estouros de orçamento fizeram com que a margem bruta caísse de 31,4% em 2010 para 28,3%. No quarto trimestre, a margem a apropriar era de 33,8%. Do total, 86% se refere à safra mais nova de projetos e 14% é o que falta reconhecer dos projetos de margens mais baixas. Os projetos lançados a partir de 2010 têm margem de 36% e o restante, de 24%. A Cyrela mantém meta de margem bruta para 2012 no patamar de 30% a 34%. Conforme Rodrigues, há o chamado efeito portfólio: em algumas obras, a companhia economiza em relação ao valor orçado e, em outras, o custo fica acima. De acordo com o executivo, a média de atrasos de obras vem caindo mês a mês. No fim do ano, esses atrasos devem estar próximos de zero, e a perspectiva é que não existam mais em 2013. Cada vez que ocorre um atraso, a métrica de desempenho da obra da equipe de engenharia envolvida e da diretoria corporativa é reduzida. Rodrigues citou que a carência de seis meses para a entrega prevista em contrato é considerada atraso pela companhia. Atualmente, 81% das obras da Cyrela são executadas pela companhia ou pelas joint ventures das quais a empresa participa. A intenção da Cyrela é que, nas novas obras, essa parcela chegue a 95%. Segundo o presidente da Cyrela, Elie Horn, a empresa tem concentrado esforços na venda de estoques, com estratégias específicas por produtos e preservação da lucratividade. Horn informou que a política da empresa "não é fazer grandes nem pequenos descontos, mas flexibilizar um pouquinho". O foco para reforçar a venda de estoques tem sido no estímulo ao trabalho dos corretores. No ano passado, a receita líquida da companhia cresceu 25,3%, para R$ 6,127 bilhões. Já o lucro líquido da Cyrela caiu 17%, para R$ 498 milhões. Uma das razões para a queda foram os R$ 36,2 milhões de despesas não operacionais no quarto trimestre resultantes de distratos de terrenos onde a Cyrela avaliou que lançamentos não seriam viáveis por questões ambientais ou dificuldades de aprovação de projetos; de custos com processos jurídicos para os quais não havia contingenciamento e doações para o Instituto Cyrela.

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