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GAFISA PREVÊ REDUZIR PERDAS COM BAIXA RENDA

10.05.2012

A Gafisa espera reduzir, ao longo dos próximos trimestres, suas provisões para créditos de liquidação duvidosa e distratos. Em 31 de março, as provisões com essa finalidade eram de R$ 428,22 milhões, abaixo dos R$ 514,65 milhões registrados em 31 de dezembro de 2011. A companhia faz provisão para distratos quando há atrasos de pagamento superiores a 180 dias. A baixa ao valor provisionado para cada unidade com pagamento atrasado há mais de seis meses é feita quando ocorre a ruptura do respectivo contrato, mesmo antes de o imóvel ser vendido a outro cliente. Os distratos ocorrem, principalmente, em unidades da divisão de baixa renda Tenda, que respondeu, no primeiro trimestre, por R$ 420 milhões do total provisionado para esse objetivo. No primeiro trimestre, houve R$ 340 milhões em distratos referentes à Tenda. Parte desse valor foi baixado das provisões e outra parcela teve impacto na receita, segundo o diretor-executivo de Planejamento e Controle, Fernando Calamita. Com a reversão de receita decorrente de distratos da Tenda, a companhia registrou prejuízo de R$ 31,5 milhões no primeiro trimestre. As vendas de Tenda foram negativas em R$ 90,443 milhões no período. Em função do tamanho da carteira de clientes da Tenda, ainda se espera que ocorram distratos referentes a vendas já realizadas, de acordo com o diretor-executivo Financeiro e Relações com Investidores da Gafisa, André Bergstein. Conforme o presidente da companhia, Duilio Calciolari, a partir do segundo semestre, os distratos tendem a ser reduzidos. A ruptura de contratos da Tenda têm ocorrido, principalmente, em unidades cujo avanço das obras corresponde a 70%, pelas quais a companhia recebeu 6% do total a ser pago. A companhia estima que as obras iniciadas da Tenda devem ser entregues entre 15 e 18 meses. A partir daí, pode não ser necessário constituir provisão para esta necessidade. "Nas vendas novas, o percentual de distratos vai ser mínimo", afirma o diretor financeiro. A expectativa de redução do nível de inadimplência e de distratos para novas vendas resulta do maior rigor adotado pela companhia nas vendas dos produtos Tenda. Desde meados de novembro de 2011, a comercialização de unidades da divisão de baixa renda ocorre somente quando o cliente é passível de ser repassado para a Caixa Econômica Federal. Os futuros lançamentos da Tenda também terão de se encaixar nesse critério. "À medida que os distratos diminuírem, a tendência é termos margem maior, o que vai acontecer ao longo do ano", disse o diretor de Planejamento e Controle. Há casos em que não há provisões para os distratos. Exemplo disso é quando o cliente não tinha atrasos de pagamento superiores a seis meses, mas seu perfil foi considerado inadequado pela Caixa no momento do repasse em função de a renda ficar abaixo ou acima da permitida para o financiamento. Em abril, a Tenda assinou 30% a menos de contratos com a Caixa problemas no sistema de repasses do banco público, durante três semanas. A companhia esperava repassar até 1,2 mil clientes da Tenda para a Caixa, no mês, mas 900 contratos foram assinados. A Gafisa espera que o volume de contratos da Tenda que deixou de ser repassado para a Caixa em abril seja recuperado neste trimestre. Ontem, a companhia informou também que espera vender R$ 100 milhões em terrenos não estratégicos até o fim do ano. Há algumas áreas em negociação. A venda de terrenos em locais que deixaram de ser considerados estratégicos faz parte do plano da companhia para se tornar geradora operacional de caixa e reduzir seu endividamento.

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