MERCADO IMOBILIARIO COMEÇA 2011 EM BAIXA
O mercado imobiliário registrou queda nas vendas em janeiro na Capital. Estudo do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo) aponta que foram comercializadas 180 unidades no mês, o que significa recuo de 28,56% contra dezembro. As locações também viraram 2011 em queda. No mês, 870 novos contratos foram formalizados - queda de 5,77% ante o mês anterior. A pesquisa da entidade ouviu 501 imobiliárias.
O resultado é um contraponto ao obtido em dezembro: alta de 29,26% nas comercializações e 5,77% nos aluguéis.
No comparativo de janeiro com o mesmo mês de 2010, as vendas tiveram desempenho ainda pior, baixa de 1,56%. Em contrapartida, a procura por aluguéis cresceu 7,68% no mês em relação a janeiro do ano passado.
O segmento no Grande ABC também iniciou o ano de forma contida, segundo o delegado regional do Creci, Alvarino Lemes. Porém, os resultados são considerados normais por conta do período de férias escolares.
A mudança na gestão da Presidência da República foi outro fator que contribuiu para esfriar o mercado. Segundo Lemes, o setor teria deixado de fazer negociações devido a supostas incertezas na economia, gerando instabilidades. "Mas mudou apenas o presidente. O País continua no rumo certo. A economia deve ficar estável com o mercado tendo mais confiança a partir de agora, com o fim do Carnaval."
ALERTA - Proprietários de imobiliárias da região atestam o balanço mais frio de início de ano, que deve retomar o ritmo de vendas neste mês. Porém, o proprietário de uma delas em Santo André, Miguel Colicchio, disse que o novo fôlego das construtoras pode tornar os valores das unidades impraticáveis até o fim do ano.
O empresário contou que os preços elevados em Santo André já podem ser sentidos desde o ano passado. Ele conta que uma sala comercial de 50 m² (metros quadrados) - no bairro Jardim - custa hoje entre R$ 350 mil e R$ 400 mil. "Está um absurdo. As construtoras repassam para as unidades e fica difícil comercializar. Não sei até onde o mercado absorve tudo isso". Colicchio ressaltou que essa trajetória prejudicará investidores - sem possibilidade de lucrarem frente à incapacidade de vendas.
Viana, por sua vez, minimiza bolhas imobiliárias ao afirmar que os valores não estão agressivos. "Não é nada que ponha em risco o mercado", disse, ao descartar a escassez de unidades na região até o fim do ano.
METRO QUADRADO - A pesquisa do Creci-SP aponta que o preço médio do metro quadrado em janeiro era de R$ 1.650,57, valor 31,63% menor do que em dezembro, quando o patamar alcançou R$ 2.414,29.
O empresário Colicchio, de Santo André, ressalta que, na região, unidades com valor de até R$ 300 mil foram as mais requisitadas. Em São Paulo, a preferência foi por unidades a partir de R$ 200 mil