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MERCADO IMOBILIARIO COMEÇA 2011 EM BAIXA

15.03.2011

O mercado imobiliário registrou queda nas vendas em janeiro na Capital. Estudo do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo) aponta que foram comercializadas 180 unidades no mês, o que significa recuo de 28,56% contra dezembro. As locações também viraram 2011 em queda. No mês, 870 novos contratos foram formalizados - queda de 5,77% ante o mês anterior. A pesquisa da entidade ouviu 501 imobiliárias.

O resultado é um contraponto ao obtido em dezembro: alta de 29,26% nas comercializações e 5,77% nos aluguéis.

No comparativo de janeiro com o mesmo mês de 2010, as vendas tiveram desempenho ainda pior, baixa de 1,56%. Em contrapartida, a procura por aluguéis cresceu 7,68% no mês em relação a janeiro do ano passado.

O segmento no Grande ABC também iniciou o ano de forma contida, segundo o delegado regional do Creci, Alvarino Lemes. Porém, os resultados são considerados normais por conta do período de férias escolares.

A mudança na gestão da Presidência da República foi outro fator que contribuiu para esfriar o mercado. Segundo Lemes, o setor teria deixado de fazer negociações devido a supostas incertezas na economia, gerando instabilidades. "Mas mudou apenas o presidente. O País continua no rumo certo. A economia deve ficar estável com o mercado tendo mais confiança a partir de agora, com o fim do Carnaval."

ALERTA - Proprietários de imobiliárias da região atestam o balanço mais frio de início de ano, que deve retomar o ritmo de vendas neste mês. Porém, o proprietário de uma delas em Santo André, Miguel Colicchio, disse que o novo fôlego das construtoras pode tornar os valores das unidades impraticáveis até o fim do ano.

O empresário contou que os preços elevados em Santo André já podem ser sentidos desde o ano passado. Ele conta que uma sala comercial de 50 m² (metros quadrados) - no bairro Jardim - custa hoje entre R$ 350 mil e R$ 400 mil. "Está um absurdo. As construtoras repassam para as unidades e fica difícil comercializar. Não sei até onde o mercado absorve tudo isso". Colicchio ressaltou que essa trajetória prejudicará investidores - sem possibilidade de lucrarem frente à incapacidade de vendas.

O proprietário de uma imobiliária de São Caetano, Aparecido Viana, reforça que deverá haver uma manutenção nos custos dos imóveis por conta de reajustes na construção civil. Além disso, a falta de lançamentos, como ocorre em janeiro, por conta das férias, é outro fator que encarece as unidades. Esse problema já atrapalha a região para locações há dois anos, segundo Lemes.

Viana, por sua vez, minimiza bolhas imobiliárias ao afirmar que os valores não estão agressivos. "Não é nada que ponha em risco o mercado", disse, ao descartar a escassez de unidades na região até o fim do ano.

METRO QUADRADO - A pesquisa do Creci-SP aponta que o preço médio do metro quadrado em janeiro era de R$ 1.650,57, valor 31,63% menor do que em dezembro, quando o patamar alcançou R$ 2.414,29.

Nas locações, os apartamentos também eram opção mais popular no mês, com 54,25% das unidades em negociação. Mais da metade de imóveis nesses contratos (58,25%) ficou na faixa de R$ 1.000 ao mês

Os apartamentos representaram a maior fatia de aquisições para o período, 67,78%. As casas ficaram com 32,22% dos contratos. A média de custos das unidades negociadas caiu 1,4% em janeiro ante dezembro.

Os imóveis com valor acima de R$ 200 mil foram os mais requisitados. Conquistando 67,61% as negociações. Financiamentos eram a modalidade preferida para quitar os imóveis - 50% optaram pelos empréstimos, frente aos 48,89% que pagaram à vista, 0,56% em financiamento de proprietários, além de 0,56% por consórcios imobiliários.

O empresário Colicchio, de Santo André, ressalta que, na região, unidades com valor de até R$ 300 mil foram as mais requisitadas. Em São Paulo, a preferência foi por unidades a partir de R$ 200 mil

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