ACIGABC

Notícias

INFLAÇÃO DO ALUGUEL ACELERA EM JULHO, SUBINDO 1,34%

31.07.2012

SÃO PAULO — O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) — a chamada inflação do aluguel, pois guia os reajustes de moradia — mostrou aceleração em julho, subindo 1,34%, frente à alta de 0,66% registrada em junho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira. Em 12 meses, o IGP-M avançou 6,67% e a taxa acumulada no ano é de 4,57%. A inflação pelo IGP-M veio maior do que os economistas do mercado financeiro previam. Segundo mediana de projeções coletadas pela agência de notícias Reuters, eles projetava alta de 1,23%. Dentre os subíndices que compõem o IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo-Mercado (IPA-M) — que avalia a inflação do atacado e tem peso de 60% no índice — teve alta de 1,81%. Os preços dos Bens Finais avançaram 1,04%, ante 0,19% anteriormente. Contribuiu para este movimento o subgrupo combustíveis, cuja taxa de variação passou de -0,28% para 5,14%. No segmento Bens Intermediários, houve aceleração para 1,34%, ante 1,20% em junho. A principal contribuição partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que passou de 0,38% para 3,65%. A soja e seus derivados foram responsáveis por mais de um terço da alta do IGP-M. O índice de Matérias-Primas Brutas apresentou variação de 3,31%, contra 0,76% no mês anterior. Os itens que mais influenciaram foram soja em grão (4,30% para 14,89%), milho em grão (-3,95 para 6,74%) e café em grão (-2% para 2,36%). — Há uma pressão forte exercida pelos produtos agrícola, como a soja e o milho, que estão sendo afetados pela seca nos Estados Unidos. O tomate também teve uma alta forte, influenciada por fatores climáticos no Brasil. Mas isso não significa que essa alta chegará ao varejo: os preços agrícolas no atacado são muito mais sensíveis — avaliou o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio. Segundo Cunha, o preço dos combustíveis também teve participação importante na alta do IGP-M em julho, influenciada pelo reajuste de 6% sobre o diesel desde o dia 16. O economista prevê que essas influências continuarão pressionando as próximas divulgações de índices de inflação da FGV. Ele calcula que o próximo IGP-DI venha ainda acima do 1,34% registrado pelo IGP-M, mas espera que a força dos preços agrícolas comece a ceder a tempo de entregar um IGP-10 abaixo de 0,70%. Cunha estima que o IGP-M fechará o ano acima de 7%. De acordo com o coordenador do índice e professor da FGV, Salomão Quadros, o IGP-M deve desacelerar nos próximos meses, mas a soja, do diesel e o milho — plantado nas mesmas regiões da soja e sujeito aos mesmos efeitos climáticos — continuará pressionando os preços. — Como milho e soja são usados como ração para gado, suíno e aves e o diesel é o combustível usado pelos caminhoneiros e no transporte público urbano, fica o alerta de que esses aumentos acabarão sendo repassados do atacado para o consumidor final. Preços no varejo avançam 0,25% O Índice de Preços ao Consumidor-Mercado (IPC-M), que acompanha os preços no varejo, avançou 0,25%. A principal contribuição para o acréscimo foi do grupo Alimentação, que passou de 0,61% para 1,06%. Nesta classe de despesa, destacou-se o comportamento do item hortaliças e legumes, cuja taxa de variação passou de 7,53% para 15,39%. Também foram registrados acréscimos nas taxas de variação de Transportes (-0,78% para -0,39%), Educação, Leitura e Recreação (-0,07% para 0,27%), Comunicação (-0,03% para 0,17%) e Habitação (0,17% para 0,18%). Por sua vez, o Índice Nacional de Custo da Construção-Mercado (INCC-M) registrou elevação de 0,85 por cento, desacelerando ante alta de 1,31 por cento na apuração de junho. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,63 por cento, ante 0,30 por cento no mês anterior. O custo da mão de obra subiu 1,05% em julho, ante 2,28% em junho.

últimas notícias