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SÍNDICO GANHA DESTAQUE EM PRÉDIOS

01.12.2010

Ele e é chamado, a qualquer hora do dia ou da noite, para apagar todos os ‘incêndios' que ocorrem no condomínio, mas é o primeiro a ser responsabilizado em caso de problemas não resolvidos. O síndico, que tem jornada muito parecido com a de juiz de futebol - figura que dificilmente agrada todos - também tem a sua data, mas não necessariamente folga para aproveitá-lo

Ontem, dia 30 de novembro, foi comemorado o Dia do Síndico. No Grande ABC, a data ganhou evento para homenagear os cerca de 5.000 gestores, que não recebem nada pelo cargo. "O que eles têm é isenção do condomínio que, no Grande ABC, varia de R$ 200 a R$ 500, em média, benefício muito pequeno diante de todo o trabalho desenvolvido", diz Liliana Gonçalves, sócia da Gonçalves Imóveis, organizadora da homenagem.

Só em São Bernardo, são 1.800 profissionais e temos média de crescimento de 120% na região, por conta da chegada de novos condomínios", aponta ela. Cerca de 2.000 pessoas e autoridades de toda a região participaram da homenagem.

Com a vida atribulada levada pela maioria das pessoas hoje em dia, o gestor tem ocupado cada dia mais destaque nas decisões finais dos empreendimentos. "O síndico é o representante legal do condomínio. E isto representa muita responsabilidade. Definitivamente não é função para aventureiros, mas para quem de fato está preocupado com a segurança, o bem-estar, a qualidade de vida e o patrimônio comum a todos os moradores bem como de seus funcionários", diz o diretor-superintendente de uma administradora que atua na região, Antonio Couto.

A lista de obrigações do gestor é gigantesca. Só na área fiscal, por exemplo, inclui o recolhimento de PIS, Cofins e CSLL sobre serviços contratados acima de R$ 5.000, apresentar DIRF (Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte) comprovando os pagamentos a fornecedores e retenção dos 11% de INSS sobre o valor bruto das prestações de serviços realizados por terceiros.

Os síndicos devem atentar, ainda, para o cumprimento de normas legais como obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, recarga anual de extintores e manutenção dos hidrantes e mangueiras, contratação do seguro obrigatório contra incêndio, desinsetização das áreas comuns, limpeza e desinfecção das caixas d'água e atualização do relatório de inspeção anual dos elevadores, além da mais temida das tarefas: presidir as reuniões com moradores e tentar harmonizar decisões.

 

MUDANÇA DE PERFIL - A junção de condomínios residenciais com espaços comerciais mudou o perfil do síndico. Esqueça donas de casa e aposentados, hoje, esses gestores são, em sua maioria, profissionais que enfrentam dupla jornada para desempenhar o papel de administrador. "Donas de casa e aposentados ocupam cada vez menos espaço na liderança dos condomínios, assim como a profissionalização da função - com preferência por gente da área para comandar as tarefas residenciais - é tendência confirmada pela pesquisa do sindicato", diz Hubert Gebara, vice-presidente de administração imobiliária e condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo).

A entidade confirma o novo perfil: 74% dos síndicos de prédios residenciais possuem entre 30 e 60 anos e, somente 26% mais que 60 anos - grupo que antes era maioria e sustentava o estereótipo de síndico já com cabelos brancos.

A mudança do gestor nos prédios comerciais é ainda mais evidente. Neste tipo de condomínio, 86% deles estão na faixa etária entre 31 e 60 anos. "Percebemos que nos últimos anos, os síndicos estão cada vez mais jovens e também mais preparados, no sentido de conhecer a legislação, os mecanismos de administração", reforça Gebara.

O dirigente diz que "os próprios condôminos exigem do síndico conhecimento de tarefas que estão presentes no cotidiano dos conjuntos".

O levantamento mostra ainda que 50% dos gestores têm curso superior e outros 10% fizeram pós-graduação, mestrado ou doutorado. Nos condomínios comerciais, essa proporção é ainda maior: 51% têm curso superior e 18% pós-graduação, mestrado ou doutorado.

A pesquisa do Secovi foi realizada com 1.011 síndicos de condomínios residenciais e 160 síndicos de prédios comerciais na capital paulista e em 18 cidades da Grande São Paulo e interior paulista (São Bernardo, Santo André, São Caetano e Diadema estão no levantamento).

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