LANÇAMENTOS DE IMÓVEIS CAEM 50,6%
O ritmo mais lento da economia neste ano, que impactou o volume de imóveis vendidos e contribuiu para que os estoques aumentassem, fez com que as construtoras atuantes no Grande ABC colocassem o pé no freio dos lançamentos. No terceiro trimestre, o volume de novas unidades recuou em 50,6%, para 1.249, na comparação com o mesmo período no ano passado, quando o total de apartamentos lançados chegou a 2.528. Não com a mesma intensidade, as vendas também diminuíram (25,9%) de julho a setembro, somando 1.923 imóveis. Os dados integram pesquisa da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), divulgada ontem na sede da entidade.
Bigucci reconheceu que os lançamentos deste ano foram maiores do que o que poderia ser absorvido pela população. "Se não houvesse as promoções, teríamos um monte de unidades paradas. Por isso a redução dos estoques foi uma grande notícia, já que o recuo estimula mais lançamentos."
Sua própria construtora, a M.Bigucci, segurou dois lançamentos no terceiro trimestre, de imóveis espaçosos, por conta de boa parte do estoque da região ser composto por unidades com áreas maiores - que também são as mais caras. Questionado sobre a inadimplência dos financiamentos para a compra da casa própria, Bigucci disse que a taxa segue baixa, entre 4% e 5%. "Quando se trata do seu imóvel, o cidadão vira o mundo, mas não deixa de pagar o seu bem."
EXPECTATIVA - Quanto à perspectiva para os próximos meses nas sete cidades, o presidente da Acigabc acredita que as vendas e os lançamentos devem ser retomados no último trimestre. Tudo depende, também, segundo ele, das notícias externas, como a recessão nos países europeus.
A aposta, diz Bigucci, continua sendo feita em imóveis de dois e três dormitórios, porém, com áreas menores, entre 60 m² e 80 m², voltados à classe média. Os preços seguem salgados, de R$ 300 mil a R$ 500. Ele justifica que boa parte se explica pelo custo da mão de obra, que subiu bastante e não vai diminuir, mesmo que as vendas não acompanhem. "Nunca um profissional da construção civil ganhou tanto. E os salários não serão reduzidos." O preço do metro quadrado, em torno de R$ 5.000, ainda está abaixo do cobrado por bairros vizinhos ao Grande ABC, como o Ipiranga, onde o preço chega a R$ 7.000.