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GOVERNO AJUDOU A MELHORAR CONFIANÇA NO SETOR DA CONSTRUÇÃO, DIZ FGV

05.10.2012

SÃO PAULO - Os ajustes esperados no Minha Casa Minha Vida e o Programa de Investimento em Logística, anunciado em agosto pelo governo, permitiram uma melhora na confiança do empresário do setor de construção em setembro e, segundo avaliação de Ana Maria Castelo, coordenadora de estudos de construção da Fundação Getulio Vargas (FGV), o setor pode estar começando a se recuperar, após a perda de fôlego dos últimos meses.

No mês passado, o indicador que mede a confiança na construção apresentou queda de 7,8% na média trimestral em relação ao mesmo período de 2011, retração inferior a de 9,8% registrada no trimestre encerrado em agosto, na mesma base de comparação.

Este foi o segundo mês consecutivo de retração menos intensa no Índice de Confiança da Construção (ICC) e a tendência, de acordo com Ana, é a confiança do empresário do setor retomar aos poucos o patamar de 2011.

“Os empresários estão vendo um presente melhor e apostam em um futuro mais promissor. O nível das expectativas já está mais próximo do registrado em 2011.”

Em setembro, a queda na média trimestral do Índice de Expectativas (IE), um dos componentes do ICC, foi de 6,4% em relação ao mesmo período de 2011, inferior à retração de 8,1% verificada na média do trimestre encerrado em agosto, nesta mesma base de comparação.

No segmento de obras viárias, a confiança do empresário no trimestre findo em setembro já era 2,1% maior que a contabilizada no mesmo intervalo de 2011. “Não há dúvidas de que o Programa de Investimento em Logística influenciou isso”, ressalta Ana. Com exceção do segmento de obras de instalações, todos os demais sete ramos pesquisados mostraram-se, em setembro, mais otimistas em relação ao futuro que em agosto. 

A coordenadora de estudos de construção da FGV ressalta que, nos dois últimos meses, o que se vê é uma trajetória ascendente nas expectativas. Esse movimento se revelou também nas avaliações em relação ao momento presente em setembro. O Índice da Situação Atual (ISA), outro componente do ICC, interrompeu a trajetória que vinha traçando desde abril, ao recuar 9,4% no trimestre findo em setembro, na comparação com o mesmo período de 2011 – queda menor que a de 11,8% contabilizada no trimestre encerrado em agosto, na mesma base de comparação.

“Isso nos leva a crer que a construção civil pode estar iniciando uma reação. Mas é importante ter em mente que a época de crescimento a taxas chinesas ficou para trás. Vamos ter crescimento, mas em ritmo menor”, afirma Ana.

Um dos fatores que contribuiu para essa melhora na percepção do setor foi o crédito. A parcela dos empresários que consideram fácil a obtenção de financiamentos subiu de 14,4% em agosto para 16,1% em setembro, ao passo que o grupo dos que classificam como difícil a tomada de empréstimos caiu de 15,9% para 15,6% no mesmo período.

“Em julho e agosto, as empresas reclamaram que a concessão de crédito estava sendo mais rigorosa. Vamos esperar outubro para ver se houve de fato uma mudança nessa situação.”

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