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TECNISA DIZ QUE ESTOURO DE ORÇAMENTO É NÃO-RECORRENTE

23.03.2012

Nigri, presidente, diz que o INCC tem refletido a realidade de custos de insumos, mas não de serviços, como mão de obra O estouro de orçamento da Tecnisa ocorrido no quarto trimestre de 2011, com forte impacto no desempenho da companhia no período, foi um evento extraordinário, ou seja, não-recorrente, segundo o diretor financeiro da companhia, Thomas Brull. "Não esperamos novos ajustes de orçamento nesta magnitude. Tudo o que conhecemos hoje está refletido no balanço", disse Brull. O executivo ponderou que orçamentos são estimativas e que não se pode dizer que "nada vá ocorrer". O maior estouro de orçamento ocorreu em Brasília, mas houve problemas também em São Paulo. A revisão de orçamento de obras pela Tecnisa foi a principal razão para a queda de 78,3% no lucro bruto, no quarto trimestre do ano passado, para R$ 33,36 milhões. A margem bruta da Tecnisa foi de 10,4%, ante 27,4% no último trimestre de 2010. A companhia teve prejuízo líquido de R$ 32,11 milhões, ante o lucro líquido de R$ 66,26 milhões no quarto trimestre de 2010. Segundo o diretor-presidente da Tecnisa, Meyer Nigri, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) tem refletido a realidade de custos de insumos, mas não de serviços, como mão de obra. Havia cinco obras nas mãos de um parceiro em Brasília. Nas duas primeiras, o então parceiro estourou o orçamento em R$ 15 milhões já no fim do processo. A garantia para o pagamento eram as cotas do parceiro nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs). Conforme Nigri, o parceiro honrou o combinado, por meio de cotas nas SPEs e de pagamento da diferença. Isso foi descoberto no quarto trimestre de 2011, assim como problemas de custo e qualidade em outras três obras em Brasília. A Tecnisa optou por retirar o parceiro e assumir as obras em Brasília. Com a revisão do orçamento dessas obras, houve custos adicionais de R$ 82 milhões e impacto negativo de R$ 68 milhões no lucro bruto do quarto trimestre de 2011. O lucro bruto teve também impacto de R$ 11 milhões da revisão de orçamento em quatro obras feitas em conjunto com um parceiro em São Paulo, cujos custos adicionais somaram R$ 12 milhões. Em setembro de 2011, a empresa tomou medidas para evitar problemas de estouro de orçamento. "Passamos a ter uma diretoria que cuida de obras de terceiros e um engenheiro residente nessas obras", disse Brull. Segundo ele, as medidas vão impedir que haja necessidade de novos ajustes nas proporções dos feitos no quarto trimestre. Cerca de 85% do Valor Global de Vendas (VGV) em obras está sendo construído ou gerenciado pela Tecnisa. A parcela era de 70% em setembro, e a intenção da companhia é chegar a 100%. A Tecnisa informou também lucro bruto reconciliado de R$ 74 milhões, se excluídos os efeitos negativos dos estouros de orçamento e o impacto positivo de R$ 38 milhões da venda de 6,25% de participação na Windsor, detentora do terreno do projeto Jardim das Perdizes, em São Paulo. A margem bruta reconciliada seria de 32%. Brull ressaltou que a empresa não informa meta de margem, mas que o patamar de 32% reflete a estimativa média para 2012. Segundo Meyer, as vendas da Tecnisa "não estão muito bem" no primeiro trimestre. A maior parte dos lançamentos será feita no fim do trimestre. "Não teremos um trimestre com boas vendas", disse.

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