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NÚMERO DE APARTAMENTOS EM SANTO ANDRÉ AUMENTA 93% NA ÚLTIMA DÉCADA

06.09.2011

Juntamente com São Bernardo e São Caetano, cidade passa por processo de verticalização
Em uma década, a cidade de Santo André apresentou crescimento de 93% no número de apartamentos, passando de 19 mil imóveis para cerca de 37 mil. São Caetano e São Bernardo também tiveram crescimento de 71% e 60%, respectivamente, nos últimos dez anos.
Os dados são dos Censos de 2000 e 2010 e contabiliza o número de domicílios permanentes particulares (imóveis com finalidade de habitação).

Como consequência natural, houve aumento no número de pessoas morando em apartamentos. No caso de Santo André, a porcentagem passou de 11% para 18%, sendo que o número de moradores em casas, que ainda é maioria, apresentou decréscimo de 88% para 81%, na última década.

“As pessoas têm procurado mais os apartamentos nos últimos anos. Isso ocorre por dois motivos: o custo é menor e pela questão da segurança”, contou o empresário e presidente da ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci.

O empresário também explicou que o preço dos terrenos está muito valorizado, o que favorece a migração de pessoas para apartamentos. “Até 10 anos, não existia em Santo André verticalização tão grande como em São Bernardo”, disse.

De acordo com Bigucci, a tendência é que o número de apartamentos continue crescendo nos próximos anos, em regiões centrais ou próximas a elas. Os bairros que se incluem nesse perfil são Cerâmica e Santa Paula, em São Caetano, Rudge Ramos e Nova Petrópolis, em São Bernardo, e Campestre e Jardim, em Santo André.

Cenário - O processo de verticalização traz mudanças e implicações no cenário urbano. “Você vai criar corredores, bloqueios visuais, e perde horizontes”, explicou o arquiteto e urbanista Paulo Afonso Costa, que é diretor da Sasp (Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo).

Mas as consequências não são apenas visuais. “Verticalizar pode criar novos micro-climas”, avaliou o arquiteto, com interferência direta na temperatura e umidade dessas regiões. Outra conseqüência do adensamento é o impacto no trânsito. “Cada vez que você adensa, você cria um pólo gerador de trânsito, concentrando muito mais veículos num espaço menor”, disse Costa.

Para o especialista, é importante haver planejamento por parte do poder público, para que a verticalização não prejudique a qualidade de vida das pessoas. “A questão principal com relação ao adensamento, o trânsito, deve estar ligada a questões de planejamento. Você deve prever situações para que o município possa criar instrumentos de gestão, senão você perde o controle”, declarou.

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