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BRASILEIRO CONTRAI MAIS DÍVIDA NO CHEQUE ESPECIAL

11.11.2010

A dívida do brasileiro no cheque especial aumentou nos primeiros nove meses de 2010. Até setembro, os clientes dos bancos deviam R$ 17,5 bilhões nessa modalidade, contra R$ 15,8 bilhões em dezembro de 2009.

Trata-se de um produto criado pelos brasileiros, listado entre os que cobram o juro mais alto do país. O cheque especial registrou taxa de 167,2% de janeiro a setembro de 2010. Em 2009, a taxa de juro anual foi de 159,1%.

"O cheque especial só chama a atenção porque é a linha de crédito com a maior taxa de juro. No entanto, é pouco usado, se comparado aos outros produtos de crédito. "Para cada 100 pessoas, em média, entre 20% e 25% usam cheque especial, segundo pesquisa feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban)", afirma Ademiro Vian, diretor adjunto de produto e financiamentos da federação.

O cheque especial é uma linha que disponibiliza crédito ao correntista, automaticamente, sempre que sua conta estiver sem fundos disponíveis, no limite e condições do contrato. As taxas são vinculadas ao juro praticado no mercado de curtíssimo prazo. Dependendo da instituição, o juro pode variar de 8% a 10% ao mês.

Na prática, mesmo sabendo do custo alto do financiamento, o consumidor acaba usando-o porque é o recurso mais acessível e menos burocrático, pois já está disponível na conta. "O uso do cheque especial é indicado apenas para os momentos excepcionais", recomenda Vian.

A alta taxa de juro do produto tem uma explicação. Ao emprestar o dinheiro para o cliente, o banco não conta com nenhuma garantia. Feito o saque do crédito, o banco disponibiliza o dinheiro sem saber se o cliente terá condições de devolver o empréstimo.

Na Caixa, o volume de crédito liberado para pessoa física nos últimos 12 meses, até setembro, cresceu 26%. Um dos destaques ficou com o crédito acessado por meio do cheque especial, que cresceu 22% no período. "Temos a menor taxa de juro do mercado. Varia de 1,75% a 6,85% ao mês, conforme o tempo e histórico de relacionamento do banco com o cliente", afirma o superintendente nacional de cliente de média e alta renda da Caixa, Mário Ferreira Neto.

Há dois anos, a taxa de juro do cheque especial tem diminuído na Caixa. Como consequência, aumentou o número de clientes, com redução da inadimplência. "O cheque especial tem de ser usado para uma pequena emergência, como a rápida cobertura do fluxo de caixa negativo na conta corrente." (A.A.)

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