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LANÇAMENTOS DE IMÓVEIS NOVOS RECUAM 39,6%

05.09.2012

As construtoras que atuam no Grande ABC colocaram o pé no freio dos lançamentos durante o 1º semestre. O que se vê nas ruas das sete cidades, muitos prédios em construção, decorrem de empreendimentos lançados de 2010 para cá. De janeiro a julho foram colocadas à disposição do mercado 2.531 unidades, volume 39,6% menor do que no mesmo período do ano passado, com 4.191 apartamentos. Na Capital, até maio, o recuo era de 31%. O investimento na região alcançou R$ 1,108 bilhão. Os dados integram pesquisa da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) divulgada ontem. De acordo com o presidente da Acigabc, Milton Bigucci, a retração nos lançamentos se deve basicamente a dois motivos. Um deles são os temores, por parte dos construtores, com os desdobramentos das turbulências econômicas na Europa e nos Estados Unidos e seus reflexos no Brasil. Outro, é a preocupação com um de seus potenciais públicos-alvo, o profissional da indústria, que pode investir na compra de imóveis novos. "O comprador é o trabalhador e, com essa crise na indústria, as pessoas estão inseguras", disse. De fato, 26% da população economicamente ativa da região estão empregados no setor, segundo dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) do Seade/Dieese. E é essa fatia que ganha mais no Grande ABC, com salário médio de R$ 2.200, bem acima dos ocupados no segmento de serviços, com R$ 1.516. De acordo com Bigucci, o recuo já era previsto por conta do cenário. O volume de lançamentos, no entanto, é o menor desde 2007, à exceção do primeiro semestre de 2009, quando a crise financeira vivia seu auge, e o montante lançado alcançou 1.541 unidades. Questionado sobre a possível interferência da mudança na lei de zoneamento das sete cidades, que reduziram o coeficiente de aproveitamento dos terrenos (onde antes eram erguidos 60 apartamentos, hoje é permitido, em média, 36 - o aproveitamento caiu 60%), Bigucci afirmou que ainda não há reflexos porque as construtoras estocaram terrenos antes da mudança na legislação. Aliás, boa parte da efervescência dos lançamentos no Grande ABC nos anos anteriores se deve à lei de zoneamento, que foi alterada na Capital em 2008, o que provocou migração das construtoras. Para o presidente da Acigabc, o efeito da mudança só vai atingir a região em 2014 - o que inevitavelmente vai impactar nos preços para cima. PERFIL - Dentre os lançamentos do primeiro semestre, 87% foram unidades de dois e três dormitórios; 1.022 apartamentos com dois e 1.184 de três. Com quatro quartos foram 292 imóveis e, de um, apenas 33. A cidade que mais recebeu esses empreendimentos foi São Bernardo, com 1.180 unidades. Santo André aparece na sequência, com 704. Comercialização de apartamentos novos cresce 15% As vendas de imóveis novos no Grande ABC cresceram 15% no 1º semestre, com 3.412 unidades comercializadas - o volume supera os saldos de 2009, 2010 e 2011. Com o resultado, os estoques diminuíram para 3.423 apartamentos - a média da região gira em torno de 4.000. O aquecimento no comércio das unidades foi estimulado, de acordo com o presidente da Acigabc, Milton Bigucci, em partes pelo aumento do poder de compra da classe C, que continua adquirindo principalmente apartamentos de dois (esse perfil respondeu por 61% das vendas, com 2.098 imóveis) e três quartos (1.135 unidades, 33% do total), abaixo de R$ 500 mil, e pelas promoções realizadas para as unidades de luxo, com preços acima de R$ 800 mil. "Houve muita queima de estoque e os descontos chegaram a até 15%. A medida contribuiu para o mercado andar".

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