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ALUGUEL PARA ESTUDANTE CHEGA A R$ 1,5 MIL.

13.01.2011

O retorno das aulas universitárias está previsto para fevereiro. Mas a busca, por parte dos jovens, por imóveis para locação na região já começou. O delegado regional do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis/SP), Alvarino Lemes, aposta em expansão de 15% a 20% na demanda universitária, em relação ao mesmo período do ano passado.

Milton Casari, diretor de uma imobiliária na região, diz que vários fatores contribuem para aumentar o interesse por aluguéis temporários. "O poder aquisitivo do universitário e a renda geral têm subido. Isso contribui para elevar a procura", explica.

Segundo imobiliárias consultadas pelo Diário, os alunos buscam apartamentos com um ou dois dormitórios e optam pelos contrato de 30 meses, tempo mínimo permitido por lei. Mas, no geral, prorrogam a estada. "Ano passado só três rescindiram o contrato", diz Miguel Colicchio, dono de outra imobiliária na região.

PREÇO SALGADO

No entanto, as residências disponíveis no Grande ABC têm preço amargo. Em média, o aluguel custa entre R$ 800 e R$ 1.200, para imóveis de um dormitório. Além disso, é necessário bancar condomínios - entre R$ 100 e R$ 500. Algumas imobiliárias embutem o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) na parcela, já outras cobram separadamente - em média, R$ 50 mensais, mas os valores variam conforme a cidade.

Com tantas despesas, na hora de desvirar os bolsos, os jovens recorrem à ajuda dos pais ou rateiam custos com colegas. É o caso de Maria Izabel da Silva. A irmã da estudante cobre a maioria dos gastos. Ainda assim, divide o imóvel de três quartos - e as despesas - com mais duas universitárias. O local fica há poucas quadras da faculdade, no Rudge Ramos, São Bernardo.

MAIS LIBERDADE

A jovem veio de Caconde, interior de São Paulo, e morava com a irmã no centro da cidade. Antes, precisava de transporte público para estudar. "É bom pela proximidade da faculdade e, mesmo pensando que esse dinheiro poderia ser usado para outras coisas, nada como ter um pouco de liberdade."

As estudantes, na hora da negociação, embutiram cláusula no contrato reduzindo o período de 30 meses para 12 meses. "Vamos terminar a faculdade neste ano, não tem motivo para tanto tempo."

ESCASSEZ

Uma das cidades que mais interessam aos universitários é Santo André, devido à UFABC (Universidade Federal do ABC). Porém, a falta de imóveis prejudica tanto calouros quanto corretoras. "Para locação, desapareceu tudo. Passa de cinco pessoas por dia o número de interessados, mas não há mais imóveis", diz Lemes.

O delegado afirma ainda que o problema não está apenas em locações - também faltam vagas em hotéis. "O Grande ABC está inchado na área." A falta de investimentos no setor dificulta ainda mais.

Ainda é raro, mas famílias de maior poder aquisitivo optam até mesmo pela compra do imóvel. "Tem cursos que são longos, de cinco anos. Como estudam muito e precisam de um espaço, acabam comprando", diz Casari.

Preços da habitação aumentam 5% em 2010, segundo IBGE

No ano passado, os preços de itens de habitação no País ficaram 5% mais caros do que o valor apresentado em 2009, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta semana.

Dentre as despesas que contribuíram para elevar o percentual no período, estão o aluguel e o condomínio, com alta de 7,42% e 7,11%, respectivamente.

Somente em dezembro de 2010, na comparação com novembro do mesmo ano, o aumento dos itens habitacionais foi de 0,49%; com o aluguel residencial subindo 0,73% e o condomínio 1,04%.

Dentre os 11 Estados analisados, São Paulo desempenhou alta de 5,04% no acumulado do ano, pouco acima da média nacional, embora não tenha liderado o ranking de aumentos. De dezembro para novembro, o crescimento das despesas com habitação no Estado foi de 0,51%.

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