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CONSTRUTORAS DEVEM COMEÇAR A PRIORIZAR CLASSE MÉDIA ESTE ANO

03.06.2011

De olho em maior rentabilidade para remunerar seus acionistas, grandes construtoras e incorporadoras devem passar a priorizar, a partir de 2011, os consumidores de média e alta renda, contrariando o movimento visto nos últimos dois anos, quando a baixa renda esteve em foco. PDG Realty e Gafisa, por exemplo, têm como estratégia para este ano lançar mais empreendimentos voltados aos segmentos de médio e alto padrão.

“Este ano seremos mais cautelosos. O crescimento ainda será muito bom, mas menor que em anos anteriores”, disse o presidente-executivo em exercício da Gafisa, Duílio Calciolari. A Gafisa prevê lançamentos de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões em 2011.

“Estamos olhando mais para a rentabilidade e para o retorno ao nosso acionista. Faz mais sentido nesse momento do que exagerar e estressar a companhia no crescimento. Seremos mais seletivos nos lançamentos”, acrescentou.

A PDG, por sua vez, planeja adotar a mesma estratégia em 2011. “Nossa ideia é recuar em áreas não tão rentáveis e avançar onde somos dominantes”, afirmou o presidente-executivo da empresa, Zeca Grabowsky, durante evento no Rio. “Vamos focar em eficiência e resultado, mas com geração de caixa e devolução de recursos aos investidores.”

Segundo Grabowsky, em 2010, quando os custos de construção, especialmente de mão de obra, eram menores, a PDG contava com mais da metade dos lançamentos previstos voltados para o segmento econômico. Este ano, a companhia deve destinar 30% dos lançamentos à baixa renda.

“Estamos lançando muito mais na classe média, até pela necessidade de atualizações do (programa habitacional do governo) ‘Minha Casa, Minha Vida’ e pela questão (do aumento) da inflação”, afirmou Grabowsky. “No segmento econômico temos mais limitação ao repasse de preços e custos. Nossa margem na classe média é melhor.”

Apesar da mudança de foco, as construtoras não acreditam na formação de bolhas no setor imobiliário ou no esfriamento da demanda por imóveis residenciais no Brasil.

“As empresas estão buscando um patamar de crescimento contínuo e sustentável. O mercado ainda está bastante aquecido”, afirmou Calciolari, da Gafisa. “O financiamento imobiliário ainda é 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Os preços dos imóveis subiram, mas tem crédito na praça.”

A PDG estima lançamentos de R$ 9 bilhões a R$ 10 bilhões em 2011, o que representaria um incremento de cerca de 35% ante o ano passado. Quanto a vendas contratadas, Grabowsky prevê um crescimento “em linha com o de lançamentos”. “Não vemos problema de demanda. Não tem bolha. O risco que havia, que era de inflação, parece que está sob controle”, disse ele

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