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EMPREGO COM CARTEIRA ASSINADA TEM AVANÇO DE 65% NA REGIÃO

30.06.2011

A taxa de desemprego na região obteve importante recuo nos últimos 13 anos. O número de trabalhadores contratados com carteira assinada saltou de 421 mil para 697 mil neste período, avanço de 65,5%. Os dados foram apresentados ontem pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

A diversificação da economia com o aumento da participação do setor terciário e a queda da informalidade colaboraram para esses resultados. Para o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo Sandro Maskio, o regime cambial implantado pelo governo nos anos 2000 ajudou a indústria a se reestruturar e a aprender a trabalhar com a tecnologia.

"A chegada de novas empresas proporcionou a geração de empregos com carteira assinada e a queda na informalidade. Apesar do ritmo de contratação da indústria ter caído em comparação aos setores de serviços e comércio, sua participação tem grande importância", pondera Maskio.

Os números levantados pelo Sistema Estadual de Análise de Dados e Departamento Intersindical da Estatística e Estudos Socioeconômicos apontam que o setor de serviços cresce a ritmo de 3,4% anual, enquanto o comércio (2,9%) e indústria (2,2%).

Segundo o gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian, o segmento metalmecânico responde por 40% do total dos postos do Grande ABC. "Os números do setor superam os da Capital e da Região Metropolitana."

DESEMPREGO - O índice chegava a 20,6% em 1998 e bateu à casa dos 10,6% no mês de maio, totalizando 148 mil desempregados. Loloian destaca que este foi o menor número para o mês desde o início da série histórica.

A expectativa é que a taxa de desemprego total encerre este ano perto de 9%. "O cenário aponta para que este seja o número para a região. Entretanto, a questão central continua a ser a qualificação dos profissionais. Os empresários querem contratar, mas não encontram pessoas", diz Maskio.

Com a retomada da PED na região, o Consórcio Intermunicipal terá informações para criar programas de capacitação dos trabalhadores e facilitar o deslocamento para o trabalho com investimento nos modais de transporte.

 

Década de 1990 foi marcada por fuga em massa das indústrias

Crise econômica, ausência de terrenos para ampliação das instalações industriais, esgotamento da infraestrutura de transportes, legislação ambiental mais restritiva, custo da mão de obra e movimento sindical. Esses fatores que levaram à fuga das indústrias do Grande ABC para outros polos durante a década de 1990.

A forte atuação do movimento sindicalista foi apontada pelo ex-ministro do Planejamento, Roberto Campos, em 1999, como principal motivo da evasão das fábricas do Estado de São Paulo, em especial da região. Naquela época, Campos afirmou que o principal polo industrial do Estado tinha virado território proibido para as fábricas.

Em meados de 2000, o índice de desemprego atingiu 20%, com 252 mil pessoas fora do mercado de trabalho. A situação começou a mudar com o governo do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que atraiu novos investimentos para a indústria automobilística e da exploração do petróleo na camada pré-sal.


 

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