ACIGABC

Notícias

EMPREGO NA REGIÃO BATE RECORDE EM 2010

27.01.2011

O Grande ABC bateu recorde de contratações em 2010, com saldo de 51.087 vagas. O montante, entretanto, só foi conquistado graças à mesma ‘manobra estatística' que na semana passada assegurou ao País a abertura de 2,52 milhões de postos de trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego adotou, para o resultado do acumulado do ano, mudança na metodologia de cálculo da geração de emprego, somando ao número as declarações referentes aos meses de janeiro a novembro que haviam sido entregues com atraso.

Tradicionalmente, as informações não enviadas ao Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) até o dia 10 do mês seguinte, eram computadas apenas na Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

Não fosse o ‘truque', que rendeu à região ajuste de 3.838 vagas, o saldo do ano passado teria sido encerrado com 47.249 postos, resultado inferior ao de 2004, recorde anterior, quando foram gerados 48.890 empregos nas sete cidades.

A manobra, no entanto, não alterou o status de melhor ano para o emprego desde o início da série histórica, em 1992, para o Brasil. Sem o ajuste, seriam 2,1 milhões, que já superam 1,6 milhão de 2007, marca anterior.

"Isso nunca foi feito antes, o que prejudica e muito a base de comparação, que não é mais a mesma. É lamentável, pois desqualifica as estatísticas do nosso País. É um prejuízo muito grande", assinala Dalmir Ribeiro, diretor do departamento de indicadores sociais e econômicos da Prefeitura de Santo André.

Para Ribeiro, daqui para frente, para se ter uma análise mais apurada do emprego será necessário expurgar o ajuste e fazer uma comparação sem contar as declarações atrasadas. "Vai dar mais trabalho, mas só assim teremos retrato fiel."

SETORES - O setor de serviços, mais uma vez, capitaneou a abertura de vagas no Grande ABC. Das 51.087 contratações de 2010, 43%, ou 21.989 foram geradas pelo segmento.

Na sequência aparece a indústria, com 30,5%, ou 15.616 postos de trabalho.

Em 2008, para efeito de comparação, o saldo da região ficou em 26.529 vagas, sendo que serviços já lideravam as contratações, respondendo por metade delas, com 13.255 oportunidades.

Segundo Ribeiro, o setor segue crescendo porque "serviços não são importados, são feitos somente com a mão de obra do mercado interno", diferentemente do que ocorre com a indústria, que vem sofrendo bastante com a enxurrada de importações.

Porém, ambos os segmentos estão atrelados, já que cada vez mais a indústria transfere atividades antes internas para terceiros. O intuito é focar na produção e melhorar o desempenho das outras atividades, caso de serviços logísticos, de marketing, financeiros, contábeis ou de tecnologia. "Isso não significa que só vamos viver de serviços. Afinal, ninguém vive sem os produtos. São atividades complementares."

No balanço anual, comércio encerrou com 8.284 postos de trabalho, ou 16,2% do total. Construção civil liderou 11,1% das vagas, respondendo pela contratação de 5.701 trabalhadores.

últimas notícias