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CAIXA ELEVA COTA DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO

09.03.2016

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem que elevará a fatia financiável de imóveis usados para até 80% do valor da unidade (em caso de o comprador ser funcionário público). Para os trabalhadores de empresas privadas, o teto chegará a 70%. Os novos limites entrarão em vigor no dia 24.

No primeiro semestre do ano passado, o banco havia reduzido o percentual máximo de financiamento de usados de 80% para 50%, sob a justificativa de que a medida visava estimular a construção civil por meio de aumento na demanda por novos.

Agora, a presidente da Caixa, Miriam Belchior, defende que o aumento no percentual financiável “viabiliza o acesso à moradia para a população e aquece o segmento da construção civil, gerando mais emprego e renda”.

No caso do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que engloba imóveis de até R$ 750 mil, os percentuais financiáveis para trabalhadores da iniciativa privada passaram de 50% para 70% e, para os servidores, de 60% para 80%. O SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário), que enquadra unidades com valor superior a R$ 750 mil, aumentou as quotas máximas de 40% para 70% e de 50% para 70%, respectivamente. As alterações são apenas para o SAC (Sistema de Amortização Constante). Não houve modificações na tabela Price.

O banco anunciou também a ampliação da oferta de crédito para novas contratações e reabertura das operações de financiamento do segundo imóvel. As medidas utilizarão recursos adicionais do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Dos R$ 22,5 bilhões liberados pelo Conselho Curador do FGTS, 72% (R$ 16,1 bilhões) serão destinados à Caixa.

Para a linha pró-cotista serão investidos R$ 7 bilhões. A ferramenta possibilita a trabalhadores com conta ativa no FGTS financiarem 85% do valor de imóveis novos e usados em áreas urbanas de até R$ 750 mil pelo prazo de 30 anos com juros entre 7,85% e 8,85% ao ano.

O engenheiro Marcus Santaguita, presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), avalia que as modificações no financiamento habitacional possibilitam que o mercado “gire”. “Isso porque o vendedor do imóvel usado certamente irá adquirir um outro imóvel para investir ou para morar.” Ele acrescenta que nem todos os compradores possuem 30% de entrada para comprar um usado. Esses, então, optam pelos novos, cujo aporte inicial é de 15%.

O empresário Miguel Colicchio, o Guta, da Colicchio Imóveis, elogia as medidas, mas salienta que ainda não são suficientes para reaquecer o mercado imobiliário. “O principal ponto é a necessidade da retomada na confiança do consumidor. Enquanto a economia não recuperar a credibilidade, não haverá mudança. Mesmo assim, o imóvel continua sendo o investimento mais seguro”, garante.

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