BAIXA RENDA PREFERE PAGAR COM DINHEIRO
A pouca intimidade com as instituições financeiras faz com que os consumidores de baixa renda, com ganho médio de R$ 800, prefiram pagar as contas com dinheiro. Levantamento do Instituto de Pesquisas Fractal realizado com 2.960 pessoas, mostra que 85,3% delas quitam à vista as compras no supermercado.
"Esses números mostram que o potencial de bancarização no País é muito grande. O serviço é oferecido com precariedade para a camada mais pobre da população", avalia o diretor-presidente do Fractal, Celso Grisi.
A predominância do pagamento com dinheiro ocorre porque a maioria das pessoas desse estrato social recebe salários também desta forma. Entretanto, o pesquisador afirma que o percentual de usuários cresce fortemente no País.
LOCAIS
Além dos supermercados, outros estabelecimentos que os consumidores de baixa renda preferem pagar em dinheiro são cabeleireiro, barbeiro, manicure (99%); restaurante e lanchonete (94,2), assim como as despesas com farmácia (92,2%).
Na hora de adquirir eletroeletrônicos, por exemplo, o dinheiro é a opção de 36,4% dos entrevistados. Apenas 8,9% deles utilizam o cartão de débito para financiar este tipo de despesa. A situação também é semelhante com os eletrônicos, cujos itens são pagos à vista por 38,3%.
Grisi acrescenta que mesmo entre os consumidores bancarizados, é comum a retirada de valores diversas vezes para a utilização do dinheiro pouco a pouco. O executivo destaca que os bancos têm potencial para explorar a venda de serviços financeiros diferenciados para a população que recebe R$ 800 por mês.
PRIORIDADE
"A energia elétrica fica em segundo lugar porque em caso de aperto financeiro é possível não pagar a conta e fazer uma gambiarra. Manter a prestação do CDC em dia é garantia de linha de crédito em momento de necessidade futuro", diz o executivo.