VENDA DE ITENS PARA CONSTRUÇÃO CAI 4,6%
O presidente da Abramat, Walter Cover, diz que a associação projetava, no começo deste ano, um avanço de 4,5% para o setor no fechamento de 2012. "Estamos esperando o resultado de outubro, mas o crescimento deve ficar entre 2% e 3%, ou seja, devemos atingir metade do que esperávamos."
O mercado imobiliário foi afetado pela queda nas vendas dos empreendimentos - o que influenciou na redução do número de construções e, consequentemente, na demanda por materiais. A diretora do escritório regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção), Rosana Carnevalli, explica que algumas cidades do Grande ABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano) tiveram o coeficiente da de aproveitamento reduzido, que é quantas vezes o tamanho do terreno pode ser construído, o que afetou as vendas de material de construção na região. "Em São Caetano, era possível construir seis vezes em um mesmo terreno, hoje o limite é três vezes."
O cenário só não foi pior porque os imóveis construídos, entre 2010 e 2011, estão, neste momento, recebendo os acabamentos (como pintura e pisos) e até mesmo a decoração de seus proprietários - o que influenciou positivamente no consumo. O diretor comercial da Ciasul, revendedora de materiais de revestimentos de Santo André, José Carlos Pina, explica que sua empresa tem comemorado com as vendas de forros, boxe para banheiro, paredes de gesso (conhecida como drywall) e móveis para escritório, principalmente aos grandes empreendimentos, como shoppings e hospitais.
"Registramos crescimento médio de 3% ao ano, mas devemos crescer ainda mais". O número parece pequeno, mas, segundo ele, o faturamento pode variar de acordo com o produto comercializado. "Temos 5.000 itens. A venda do drywall, por exemplo, cresce 15% ao ano", explica Pina.
Na infraestrutura, o que contribuiu negativamente com o setor de material de construção foi a redução do ritmo das obras do governo. "Na comparação com o ano passado, a queda chegou a 30%."