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VENDA DE ITENS PARA CONSTRUÇÃO CAI 4,6%

20.10.2012

Venda de itens para construção cai 4,6%

 

Pesquisa divulgada ontem pela Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) mostra que, em setembro, o índice de vendas dos materiais de construção registrou queda de 4,6%, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

 

Em relação a agosto, a oscilação ficou negativa em 6,7%. Já no acumulado de janeiro a setembro, a comercialização cresceu 1,3%, quando comparada a igual período de 2011. A entidade não informou as vendas em volume.

O presidente da Abramat, Walter Cover, diz que a associação projetava, no começo deste ano, um avanço de 4,5% para o setor no fechamento de 2012. "Estamos esperando o resultado de outubro, mas o crescimento deve ficar entre 2% e 3%, ou seja, devemos atingir metade do que esperávamos."

Cover explica que 50% do material de construção é destinado para o consumo final das famílias; 30% para o mercado imobiliário (prédios residenciais e comerciais) e 20% seguem para as obras de infraestrutura, principalmente empreendimentos encabeçados pelo governo, como ferrovias e rodovias. Todos esses segmentos enfrentaram problemas que impediram o avanço nas vendas deste ano.

"O varejo sofreu, porque as pessoas estão muito suscetíveis a usar crédito para a compra dos artigos na hora de reformar, mas com os juros altos, elas consomem menos", justifica. Entretanto, Cover lembra que, diante das reduções das taxas de juros anunciadas recentemente pelos bancos, a partir de outubro deverá haver reflexo nas lojas. No fim de julho, a Caixa Econômica Federal, por exemplo, reduziu de 1,96% para 1,40% ao mês a taxa mínima do crédito usado para a reforma. Além disso, o endividamento das famílias também contribuiu para a desaceleração nas vendas.

O mercado imobiliário foi afetado pela queda nas vendas dos empreendimentos - o que influenciou na redução do número de construções e, consequentemente, na demanda por materiais. A diretora do escritório regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção), Rosana Carnevalli, explica que algumas cidades do Grande ABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano) tiveram o coeficiente da de aproveitamento reduzido, que é quantas vezes o tamanho do terreno pode ser construído, o que afetou as vendas de material de construção na região. "Em São Caetano, era possível construir seis vezes em um mesmo terreno, hoje o limite é três vezes."

O cenário só não foi pior porque os imóveis construídos, entre 2010 e 2011, estão, neste momento, recebendo os acabamentos (como pintura e pisos) e até mesmo a decoração de seus proprietários - o que influenciou positivamente no consumo. O diretor comercial da Ciasul, revendedora de materiais de revestimentos de Santo André, José Carlos Pina, explica que sua empresa tem comemorado com as vendas de forros, boxe para banheiro, paredes de gesso (conhecida como drywall) e móveis para escritório, principalmente aos grandes empreendimentos, como shoppings e hospitais.

"Registramos crescimento médio de 3% ao ano, mas devemos crescer ainda mais". O número parece pequeno, mas, segundo ele, o faturamento pode variar de acordo com o produto comercializado. "Temos 5.000 itens. A venda do drywall, por exemplo, cresce 15% ao ano", explica Pina.

Na infraestrutura, o que contribuiu negativamente com o setor de material de construção foi a redução do ritmo das obras do governo. "Na comparação com o ano passado, a queda chegou a 30%."

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