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MOBILIDADE URBANA MUDA PERFIL DO MERCADO IMOBILIÁRIO

10.04.2012

O médico João Fuzano em seu novo apartamento, em Santo André, próximo ao consultório, conseguiu evitar as viagens diárias da Capital à Região. Foto: Amanda Perobelli Dificuldade com o trânsito nas cidades leva consumidor a procurar imóvel perto do trabalho O aumento do trânsito nas cidades faz as pessoas procurar morar cada vez mais perto do local de trabalho. Esta é uma realidade também no mercado imobiliário do ABCD. De olho nessa tendência e nas questões que envolvem a mobilidade urbana, as construtoras passaram a construir empreendimentos na Região que concentra inúmeras empresas. O médico João Fuzano está de mudança após decidir vender o apartamento onde mora em Perdizes, Capital, para comprar um apartamento em Santo André. A distância entre as duas regiões é de poucos quilômetros, mas o que levou o médico a trocar de cidade é a dificuldade de chegar ao seu novo escritório. Fuzano é apenas um exemplo de muitos que escolhem morar perto do trabalho e que passaram a desenhar uma nova tendência para o setor imobiliário na qual a mobilidade urbana tornou-se um argumento para manter aquecida a venda de imóveis na Região. Para o médico, a escolha trouxe ainda outra vantagem, de comprar um imóvel maior. “Morava em um apartamento de 85 metros quadrados e consegui comprar outro de 130 metros quadrados em uma região nobre de Santo André. Além de tudo, vou chegar mais rápido no meu trabalho e ainda vou gastar menos com combustível e outras coisas”, argumentou. Para o consultor do setor imobiliário, Daniel Citron, a decisão pela compra atualmente também leva em conta o local do trabalho. “As pessoas demoram entre uma hora e duas horas e meia para chegar ao trabalho e a solução tem sido a procura por bairros mais próximos à região do trabalho. Em determinadas regiões, o preço do metro quadrado é mais barato e isso acaba ajudando a pessoa a comprar um imóvel próximo da empresa em que trabalha”, disse. Citron ressaltou que o mercado de imóveis na Capital e também no ABCD passa por um bom momento. “As construtoras trabalham num ciclo de expansão em diversas regiões do Estado. Assim, as empresas buscam oferecer empreendimentos com unidades residenciais e comerciais”, pontuou. Engarrafamento - A sócia-diretora da Plazza Brasil Imóveis, Valéria Corrêa, empresa da Capital que atua nas cidades do ABCD, destacou que cresce a procura por imóveis próximos ao local de trabalho do interessado. “As construtoras passaram a inovar em seus projetos para atender a demanda desses compradores. No ABCD já é possível notar um fluxo migratório, de moradores na Capital que trabalham na Região. Com os constantes engarrafamentos, as pessoas preferem vender o imóvel na Capital para comprar em São Bernardo, Santo André ou São Caetano”, disse Valéria. Terreno - O professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo, David Heidorne, explica que a chegada de novos investimentos no ABCD está atrelada ao fato da disponibilidade de terrenos nas cidades da Região. “Além disso, na Capital, as empresas precisam enfrentar os desafios impostos pela lei de impacto urbano e realizar uma série de adaptações para iniciar uma obra, sendo assim, as construtoras acabam optando por transferir investimentos para outras cidades”, apontou. O proprietário da Construtora MBigucci, Milton Bigucci, aponta que o fluxo migratório ocorre com maior intensidade para a Região de moradores vindos de bairros mais próximos das cidades do ABCD como a Moóca, Vila Prudente e Ipiranga. “Constatamos que desses que procuram imóveis por aqui, pelo menos 30% são dessas localidades”, disse.

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