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TERRENO DE R$ 30 MILHÕES EM COPACABANA

09.05.2012

A área mais desejada do Rio de Janeiro para o setor hoteleiro ganhou um novo espaço para construção: fica em plena Avenida Atlântica, de frente para o mar de Copacabana. O governo da Áustria colocou à venda sua propriedade de mil metros quadrados por R$ 29,8 milhões. Desocupada desde 2009, quando o governo austríaco decidiu manter só a embaixada em Brasília, a casa que ocupa o terreno não é tombada pelo Iphan, o que vai permitir que o empreendedor que adquirir o imóvel construa um prédio em seu local, espera Roberta Oncken, gerente de negócios da Jones Lang LaSalle Hotels, empresa responsável pela intermediação do negócio entre os empresários brasileiros e o governo austríaco. Apesar de pequeno, especialistas dizem que é possível construir no terreno um hotel de 60 quartos ou até 90 quartos. Mas seria necessário ser um empreendimento de cinco estrelas para trazer algum retorno. Segundo Eduardo Costa, diretor de planejamento e novos negócios da Performance Empreendimentos Imobiliários, empresa que desenvolve a maior parte dos projetos da Accor no Rio, o terreno é considerado pequeno para um grande hotel mas, por ter uma localização muito boa, ele provavelmente ganhará uma construção. No entanto, a sua viabilização exige um estudo detalhado e um projeto bem estruturado. "Tive acesso a um estudo que mostrava que lá caberiam entre 80 e 90 quartos de 24 metros quadrados. Isso, em tese, é classificado como um hotel quatro estrelas", explica o diretor. "Mas dependendo da decoração e, claro, do serviço, é possível entregar um produto cinco estrelas". Costa explica que, no Rio, alguns hotéis chamados de cinco estrelas possuem quartos menores do que o padrão internacional e que é razoável, com um bom acabamento chamar este novo hotel de cinco estrelas. Além disso, ele explica que outro tipo de hotel não se viabiliza no local. "Se a gente considerar o preço de R$ 30 milhões o terreno e dividir por 90 quartos, para facilitar a conta, só do terreno a cota parte por quarto é de R$ 330 mil. Para se viabilizar um quatro estrelas, teria que cobrar diária entre R$ 560 e 600", detalha o executivo. Com isso, segundo ele, o investimento máximo seria de R$ 600 mil, porque "em hotelaria, existe uma conta mágica que diz que o custo do quarto pode ser, no máximo, mil vezes sua diária". Com isso, nos cálculos de Costa, tirando o terreno só sobrariam R$ 270 milhões para a construção. Já, se o hotel for de cinco estrelas, a diária subiria para R$ 1 mil e o custo do quarto para R$ 1 milhão, sobrando R$ 670 milhões. "Bem mais viável". Sócio-diretor da HotelInvest, Diogo Canteras concorda, em parte, com a tese de Costa. Ele diz que no terreno deve mesmo subir um hotel cinco estrelas, mas acredita em um de 50 a 60 quartos. "O potencial comprador é mesmo uma cadeia hoteleira. Há várias querendo um espaço no Rio", lembra Canteras. Mas ele acredita num hotel mais charmoso, como os MGalery da rede Accor ou o um Bulgary da rede Marriott. "Torço para este nível de sofisticação. O Rio de Janeiro precisa e merece". Há também no mercado quem não veja grande negócio no terreno, como o sócio-diretor da SIG Engenharia, Otávio Grimberg, que constrói edifícios comerciais, residenciais e hotéis. "O terreno já foi avaliado e no passado foi considerado caro demais. Claro que hoje o cenário é diferente porque a demanda por hotéis está muito mais aquecida". Grimberg afirma também que neste caso só é viável a construção de um hotel. "Ipanema, para apartamentos, é muito mais valorizada. Já Copacabana é um local tipicamente turístico". A LaSalle receberá as propostas dos interessados até 16 de agosto deste ano. Elas serão avaliadas e funcionários do governo da Áustria virão ao Brasil negociar, numa segunda fase, com as empresas aprovadas no processo inicial de seleção.

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