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REGIÃO ATRAI ESCRITÓRIOS DE ALTO PADRÃO

19.08.2012

Mercado ainda incipiente no Grande ABC, o segmento de imóveis de escritórios de alto padrão, voltados a atender grandes empresas, começa gradualmente a ganhar espaço na região. Do total de 530 mil m² (metros quadrados) de área de edifícios para o segmento empresarial nos sete municípios, apenas 6% (32 mil m²) são classe A, ou seja, preparados para atender grandes corporações e que têm características como possuir ar-condicionado central, laje (o andar) de cerca de 700 m² ou mais, pé-direito (a altura do piso) de, pelo menos, 2,60 m e uma vaga de estacionamento a cada 35 m² de área útil, entre outros itens. Ainda é pouco perto do leque de opções da Capital, que conta com 11,8 milhões de m² de imóveis de escritórios, dos quais 2,15 milhões são de alto padrão, ou seja, 18% do total. No entanto, construtoras e imobiliárias vêm despertando para o potencial de negócios do segmento na região. Uma das demonstrações disso é novo empreendimento, que está em fase de comercialização, em São Bernardo, na Avenida Pereira Barreto, com 35 mil m² de área bruta locável, com lajes de 1.500 m² e uma vaga para cada 25 m². Só o edifício deve mais do que duplicar o estoque no mercado de alto padrão na região. Segundo o diretor de locação da Richard Ellis, Adriano Sartori, o interesse do setor pelo Grande ABC se explica, entre outros fatores, pelos custos elevados para instalação na Capital, que gira em torno de R$ 120 o metro quadrado. "Na região é quase um terço do valor de locação na cidade de São Paulo", afirma. Outros aspectos também ajudam, como o Rodoanel, e o Corredor Metropolitano de ônibus, que liga o Terminal Jabaquara com o bairro de São Mateus, na Capital, passando por Diadema, São Bernardo e Santo André. O executivo destaca que muitas empresas da região estão instaladas em fábricas adaptadas ou em prédios de lajes pequenas, que não possibilitam as mesmas condições dos imóveis classe A. "Se uma empresa tem 200 funcionários, precisa de 15 m² de área para cada empregado, ou seja, 3.000 m²; se a laje tiver 500 m², serão necessários seis andares", cita. O pé-direito alto, por sua vez, permite adequações: por exemplo, passar cabeamentos. De olho nesse mercado, o empresário Aparecido Viana, que tem construtora e imobiliária, está com empreendimento corporativo de alto padrão em obras na Rua Niterói, em São Caetano, que deve ser entregue em maio de 2013. O imóvel, que terá ar-condicionado central e 629 m² de laje, contará ainda com diversos itens do conceito green building (prédio mais sustentável, voltado à eficiência energética): vidros especiais para isolar o calor e pintura diferenciada no teto, e ainda alta tecnologia, como o monitoramento via satélite. Viana cita que, apesar dos atrativos da região, como bom nível de renda da população, a infraestrutura privilegiada (por exemplo, universidades e escolas técnicas) e acesso facilitado ao Porto de Santos, muitas empresas que buscam a região para instalar seus centros administrativos ainda enfrentam dificuldades em encontrar prédios com lajes livres (para ocuparem o andar sozinhas). Tendência é de expansão, avalia diretora do SindusCon Depois de focar em lançamentos residenciais, as construtoras e incorporadoras estão percebendo o potencial do mercado de imóveis de escritórios da região, atesta a empresária do segmento e diretora adjunta da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção no Estado de São Paulo) Rosana Carnevalli. "É uma tendência natural", diz. Para ela, o cenário se explica por fatores como as mudanças na lei de zoneamento da Capital, pela redução de coeficientes de aproveitamento de solo, o que dificultou a viabilização financeira de empreendimentos em São Paulo, e também pela vinda de muitos paulistanos para morar na região. "As pessoas preferem morar perto de onde trabalham", observa. E ao poder contar, a custo mais acessível, com espaços com infraesturura e qualidade de vida melhores que muitos áreas da cidade de São Paulo, as empresas do segmento têm motivos para fazer obras em alguns bairros nobres do Grande ABC. No entanto, Rosana reconhece que ainda há carência de projetos de edifícios corporativos de alto padrão. Um exemplo dessa deficiência: recentemente, uma grande empresa de recrutamento de executivos procurou imóvel para se instalar na região, que fosse amplo e adequado para a realização de seus processos de seleção. Pela dificuldade de encontrar espaço que atendesse suas necessidades, a companhia já cogita montar unidade no bairro do Jabaquara, na Capital, para ficar próxima do Grande ABC. EM ESTUDOS - "O potencial de mercado existe. A região tem muitas indústrias", cita Marcelo Bonanata, diretor de venda da Helbor Empreendimentos. A empresa, que hoje conta com imóveis comerciais (com salas de 35 a 40 m²) para pequenos escritórios em São Caetano, iniciou estudos para ter projeto de imóvel corporativo no Grande ABC. (Colaborou Soraia Abreu Pedrozo)

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