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DRYWALL AGILIZA PROJETO E REDUZ CUSTO

26.03.2013

Estagnada por longos anos de crise econômica, a tecnologia da construção civil busca recuperar o tempo perdido investindo na velocidade e funcionalidade de novos processos. Quanto mais rápida e leve a obra, menor o custo e maiores os benefícios. Essa conjunção de fatores está levando à substituição do peso do concreto e da alvenaria por placas de gesso e estruturas leves de aço, reduzindo muito o tempo, as perdas e o custo da mão de obra. Um desses processos é o drywall, onde placas de gesso substituem forros e paredes de blocos cerâmicos, diminuindo para menos de um terço o custo de mão de obra.

Nos últimos três anos, a utilização dos sistemas drywall teve aumento de 74%, enquanto a construção convencional se expandiu 20%. Na esteira das novas tecnologias que encurtam o tempo do empreendimento estão os edifícios construídos pelo sistema steel frame, cuja técnica estrutural de aço permite desde a construção de uma simples casa térrea até um edifício de muitos andares.

"Todas as tecnologias de construção industrializada tendem a crescer por conta de uma grande necessidade de velocidade de produção, de qualidades diferenciadas e versatilidade", diz Luiz Antonio Martins Filho, gerente executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall.

Martins Filho cita o exemplo da construção, por métodos convencionais, de um apartamento de 280 m2: levaria em média 1.190 horas/homem - cinco pedreiros e três serventes trabalhando oito horas por dia, durante 18 dias. A mesma construção, com o emprego do drywall, derrubaria esse tempo para 310 horas - bastam cinco montadores e cinco ajudantes trabalhando durante quatro dias com jornada de oito horas.

"Na primeira obra, são consumidas 24,5 toneladas de blocos cerâmicos ou 26,5 toneladas de concreto. Na segunda, bastam 2,5 toneladas de drywall - chapas de gesso que substituem paredes e forros", relata. Consequentemente, as perdas também diminuem.

Essa técnica cresce com força no Brasil. O consumo de chapas de gesso para drywall continua subindo muito acima dos índices de expansão da construção civil. Depois de dois anos de ascensão acelerada -- 28% em 2010 e 21% em 2011 -, o segmento fechou 2012 com elevação mais moderada, de 12,2%, o que significou 44 milhões de m2. Desse modo, nos últimos três anos, a utilização dos sistemas drywall cresceu 74%, enquanto a construção se expandiu 20%.

Para Martins Filho, com sistemas industrializados será possível atender a demanda por novas edificações comerciais, residenciais, públicas e para outros fins, cobrir o déficit habitacional e responder às necessidades criadas pelos grandes eventos esportivos, que são a Copa 2014 e a Olimpíada em 2016.

O steel frame -- de uso já consagrado nos EUA e Canadá --, também avança no Brasil. A Construtora Sequência Ltda, por exemplo, há 40 anos no mercado, deixou de lado a obra convencional para investir na construção industrializada. "Já entregamos mais de 100 mil m2 de obras em steel frame", diz Alexandre Mariutti, diretor da empresa.

Entre as vantagens dessa tecnologia, ele destaca a redução significativa de prazo de entrega, diminuição nos custos da obra e a padronização do sistema, facilitando o controle de qualidade. "Não temos mais nenhuma obra convencional", afirma. Na sua carteira de clientes estão empresas de peso como a Petrobras e o Comperj, complexo petroquímico que está sendo erguido no Rio. "Construímos um escritório de 6 mil m2 em Urucu, na Amazônia, para a Petrobras, e a redução de custo apenas em frete foi de 80%. O custo efetivo com mão de obra também caiu para um terço e o prazo de construção foi de apenas seis meses", diz. Quanto maior a obra, reforça o diretor, mais econômica se torna pelo sistema steel frame.

"Hoje estamos com um projeto arrojado da Alcoa, em uma mina de bauxita em Juruti, no Pará, onde serão construídas 50 casas, uma escola, dois prédios administrativos e restaurantes. Iniciamos a construção dessa pequena cidade em agosto de 2012 e entregaremos em julho de 2013, totalizando aproximadamente 80 mil metros quadrados", relata Mariutti. De acordo com o diretor da companhia, as maiores demandas concentram-se em imóveis comerciais e em obras localizadas em áreas de difícil acesso. "Temos uma carteira de 300 clientes e o nosso faturamento tem crescido, em média, 15% ao ano, devendo repetir a mesma taxa em 2013", informa.

Os números da associação de drywall também demonstram que a área corporativa absorve mais da metade do volume dessa tecnologia no Brasil. "Hoje o maior mercado é o corporativo, que consome cerca de 70% do material de drywall", afirma Martins Filho. No entanto, com a retomada do financiamento direcionado à construção habitacional nos últimos três anos, o mercado que tem crescido mais é o residencial. "Desde 2010, a construção residencial cresce disparadamente. Há cinco anos essa área representava 15% do total de drywall fabricado. Hoje responde por 30%", afirma.