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CRÉDITO ALAVANCA VENDAS DE VEÍCULOS E DAS APÓLICES

25.03.2011

A expansão acelerada do setor de seguros automotivos no Brasil, que fechou 2010 com um acréscimo de 15,3% na carteira de clientes, é alavancada pelos recordes de vendas de veículos e, em especial, pela nova massa de consumidores que está comprando pela primeira vez um carro zero. São clientes pertencentes em sua maioria à chamada nova classe C, que tiveram acréscimo de renda, e que compram os carros com prazos de financiamentos mais longos.

 

"Há uma grande leva de novos consumidores chegando ao mercado. Cerca de 25% dos seguros de automóveis estão sendo vendidos para pessoas que nunca tinham adquirido este produto", diz o diretor-presidente da Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros, Ricardo Saad. Ele acredita que o mercado deve continuar aquecido em 2011, mesmo com um crescimento mais modesto da economia.

Saad lembra que as vendas do setor automotivo voltaram a bater recordes em fevereiro, mesmo após as medidas de desestímulo ao consumo e restrição ao crédito tomadas pelo Banco Central. Em fevereiro, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 24,1 % em relação a fevereiro de 2010. Em 2010, ano de recorde histórico da indústria, as vendas tinham subido 10,63% sobre 2009.

A expansão dos seguros de automóveis no Brasil têm relação direta com os recordes de vendas do setor automotivo", diz o diretor de vendas da SulAmérica Seguros, Anderson Mello. Ele avalia que mercado deve se manter em alta, lembrando que a chegada de novos montadoras ao país - como a chinesa Jac Motors - ajuda a estimular a competição no setor.

O vice-presidente da Cardif Brasil, Adriano Romano, diz que o mercado de seguros de automóveis, mesmo com a expansão recente, tem muito a espaço a conquistar. "Cerca de 70% das pessoas que possuem automóvel no Brasil não têm seguro. E o mercado de seguros no Brasil ainda penaliza quem é jovem ou tem um veículo mais velho", diz.

Para atingir o público principalmente o público classe C que está chegando ao mercado, mas que ainda tem capacidade limitada de pagamento, a Cardif lançou o Autofácil, uma espécie de seguro popular com foco em roubo e furto do veículo, sem cobertura de sinistros. Segundo Romano, o produto é 50% mais barato que um seguro tradicional.

Na outra ponta do mercado, as vendas de automóveis importados, incluindo os de valor mais alto, cresceram 144,1% em 2010, o que estimula o mercado segurador a oferecer produtos para este segmento. Conforme explica o superintendente técnico do setor de autos da ADD Corretora de Seguros, Gilberto Reina, há um crescimento da "massa crítica" neste mercado, ou seja, há mais veículos de marcas de luxo e peças disponíveis para reposições em casos de sinistros, o que barateia os custos. "Há um mercado de veículos AAA que vem crescendo muito no Brasil e que desperta o interesse do setor de seguros", afirma.

Criado em 1974, o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não (DPVAT) é pago todo ano pelos proprietários de veículos, junto com o licenciamento, mas continua desconhecido da maioria das pessoas.

O desconhecimento provoca a ação de intermediários em pronto-socorros e IMLs, aproveitando-se da vulnerabilidade das vítimas para dar entrada no seguro, mediante comissões de até 30% do valor a ser recebido. Graças a um convênio assinado em dezembro do ano passado entre o sindicato dos corretores de seguros (Sincor-SP) e a Polícia Militar do Estado de São Paulo, o número de pessoas atendidas para recebimento aumentou 40%. Segundo levantamento da Seguradora Líder, de um total de 38.899 acidentes comunicados à polícia entre janeiro e setembro do ano passado, apenas 57% foram indenizados. Dos 16.758 restantes, 35% não tiveram acesso ao DPVAT por desconhecer o direito..

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