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ALTA DE PREÇOS CHEGA A BARRA E TIJUCA

12.05.2011

O movimento de procura por imóveis que se observa hoje na Zona Sul do Rio começa a se espalhar para Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e para Tijuca, na Zona Norte. Os bairros valorizaram 24% e 54,9%, respectivamente, nos últimos doze meses. O vice-presidente da RJZ Cyrela, Rogério Jonas Zylbersztajn, explica que a Barra da Tijuca está sendo diretamente beneficiada com os investimentos da prefeitura, principalmente em transportes, com o metrô e os ônibus que vão circular em faixa exclusiva, os BRTs (Bus Rapid Transit).

Rogério Zylbersztajn conta que, nos Estados Unidos, uma família se muda de casa cinco vezes durante sua vida, no México, mais de três, e no Brasil apenas uma. "Isso tende a mudar. Sem contar o déficit habitacional de sete milhões de moradias".

 

O executivo acredita que a demanda aquecida é resultado da insegurança dos investidores. "Eles estão correndo para os metais preciosos e para os ativos reais", afirma. "Acontece no Brasil inteiro e se potencializa na Zona Sul do Rio porque lá tem legislação com prédios tombados e Apacs (área de proteção do ambiente cultural) que reduzem a oferta de terrenos", explica. "Nunca tivemos um número de estoque tão reduzido como atualmente", afirma ele.

 

Zylbersztajn conta que, em 2007, quando começou a construir o Cidade Jardim em parceria com a Carvalho Hosken, numa área residencial na Barra da Tijuca, próxima ao autódromo, o metro quadrado custava R$ 3.800. Hoje já sai por R$ 5.700. "Lançamos 18 prédios novos e já temos 90% vendidos". O vice-presidente diz que é normal vender na Barra, 40% na cabeça, ou seja, nos primeiros dias de lançamento, e 100% até o fim da obra.

A Gafisa também investe na região da Barra da Tijuca e em Jacarepaguá. Nos próximos meses vai lançar lá o segundo loteamento Alphaville. Desenvolvido no fim de 2008, a empresa vendeu 300 lotes de 600 a 1.200 metros quadrados, ao custo médio de R$ 700 mil em menos de 15 dias. "Isso no auge da crise", relembra Alexandre Millen, diretor de negócios da construtora. Agora, serão 90 lotes e depois um bairro planejado no entorno com condomínios verticais.

A Gafisa também construiu seis mil apartamentos em três condomínios de mil unidades de dois quartos de alto padrão em Jacarepaguá. Tudo 100% vendido entregue no fim de 2010.

A Tijuca, bairro da Zona Norte, ocupado em sua maioria pela classe média, sofreu anos por conta das inúmeras favelas que cresceram em seu entorno montanhoso, entre elas Borel e Salgueiro. Com a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o bairro voltou a se valorizar rapidamente. A Concal lançou dois empreendimentos totalmente vendidos. São apartamentos de 2 e 3 quartos entre 80 e 100 metros quadrados numa área próxima ao metrô. Lá o preço médio do metro quadrado varia entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.

A PDG vendeu, no fim do ano passado, um condomínio de 150 unidades no pré-lançamento. "O carioca está redescobrindo o bairro, que é repleto de serviços e transporte e perto do Centro", explica o diretor de incorporação da PDG, Marcos Saceanu.

Agora, o preço do metro quadrado já chega a R$ 5.800 em algumas áreas do bairro.

Com este aquecimento, a cidade teve um crescimento no número de lançamentos de 75 em 2009, para 119, em 2010, um aumento de 58%. Já o número de unidades foi de 14.243, há dois anos, para 19.861, no ano passado, um aumento de 39,4%.

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