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MERCADO IMOBILIÁRIO AMARGA CRISE

04.05.2015

O Sindicato da Habitação (Secovi) realizou levantamento sobre os números de vendas de imóveis em fevereiro deste ano e o cenário foi negativo. Toda a Região Metropolitana comercializou 486 unidades, uma queda de 17,9% em comparação com o mês anterior. Em 2014, o mesmo período registrou número 46,3% maior de vendas. De acordo com as imobiliárias do ABC, o quadro na região não é diferente nas vendas e locações de imóveis.

Um corretor da Imobiliária Funchal, em Diadema, que preferiu não se identificar, afirma que as vendas e as locações de imóveis tiveram retração de até 40% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado. "Os valores estão muito elevados, os donos supervalorizam as propriedades", esclarece. "Até tentamos avisar que o imóvel está caro, mas às vezes corremos o risco de perder o cliente, então não podemos fazer nada. Esta crise se estende desde 2013"m diz.

Alta taxa nos juros e redução dos créditos da Caixa Econômica Federal também são apontados como causas no esfriamento do mercado. "Hoje, para se comprar um imóvel de R$ 120 mil você precisa ter um salário de R$ 5 mil, então nessas condições a tendência é que a situação piore", calcula o corretor de Diadema, onde diz que o preço do metro quadrado está em torno de R$ 5 mil, valor considerado elevado.

Em Rio Grande da Serra, o corretor Alexandre Duarte, da Efraim Imobiliária, aponta que a taxa de juros afastou sei principal público alvo. "O nosso perfil de cliente são pessoas da classe C, que dependem dos créditos da Caixa Econômica Federal e dos baixos juros para comprar ou alugar", afirma. Segundo Duarte, a imobiliária fechou menos 33% menos contratos no primeiro tri9mestre deste ano em comparação com igual período de 2014. "O movimento só melhorou um pouco na segunda quinzena de março", completa.

Robson Toneto, diretor de Vendas da Construtora MBigucci, em São Bernardo, aponta que empreendimentos mais econômicos ajudaram a elevar o número de negociações entre o primeiro trimestre de 2014 e 2015. "O condomínio que lançamos em fevereiro, no bairro da Pauliceia, em São Bernardo, teve boa recepção do público", diz. O resultado, afirma, foi de um aumento de até 30% nas vendas em comparação com o mesmo período de 2014.

Segundo o construtor, para fechar negócios hoje é necessário que os valores do imóvel estejam abaixo de R$ 300 mil. "Os apartamentos têm valor médio de R$ 230 mil, com dois ou três dormitórios e em torno de 45 m². Os condomínios são como clubes, oferecendo outras comodidades", afirma.

Para o corretor Alexandre Duarte, essa tendência de imóveis menores com preços baixos deverá ser seguida por cidades como as do ABC. "O porém é que o preço precisa ser coerente, sempre. Se um comprador tiver de escolher entre um apartamento de 80 m² e um de 40 m², ele vai preferir o de 80 m². Não havendo compatibilidade entre o valor pago e a área do empreendimento, os negócios terão dificuldades", comenta.

Limite

O corretor da Imobiliária Funchal acredita que deveria haver um limite de área para a construção dos apartamentos. Na sua opinião, 50 m² deveriam ser limite dos imóveis. "Não dá para viver bem com sua família em espaço menor que esse", diz. Há críticas também, por parte do profissional, em relação à especulação imobiliária. "Esses valores poderão subir dentro de alguns anos e trazer problemas para o mercado, então eu não acho que essa seja a solução para a atual crise", afirma. "(Colaborou Victor Hugo Felix).

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