GERAÇÃO DE EMPREGO CAI 31% EM JANEIRO
O ano começou na região com volume menor de empregos gerados na comparação com janeiro do ano passado. Foram 2.232 postos criados com carteira assinada no mês, queda de 31% frente aos 3.249 contabilizados em igual período de 2010, apontam dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho.
SETORES - As indústrias do Grande ABC geraram 1.151 postos no início do ano. Ribeiro destaca que o desempenho do setor em 2011 apareceu com número abaixo do esperado. "Não descarto a hipótese da indústria ter números ruins, devido ao alto índice de importação", ressalta o diretor.
Já o setor de serviços tem mantido o nível de geração de empregos nos últimos meses. Foram 799 postos a mais em janeiro frente ao mesmo período do ano passado, com saldo de 1.786. As empresas instaladas em São Caetano recrutaram 727 pessoas, enquanto São Bernardo e Santo André têm saldo de 563 e 308, respectivamente.
Ribeiro considera que o comércio segue os passos da indústria na geração de empregos. Janeiro teve saldo negativo de 742 vagas contra 444 em 2010 e 607 em 2008, também negativas.
Na construção civil, o volume de contratações foi menor, totalizando 135 postos na região frente 822 vagas abertas há dois anos. "Apesar de aquecido, houve desaceleração nas contratações em relação a 2008. É provável que muitas obras estejam na fase de entrega, o que demanda menos profissionais."
Importação prejudica indústria automotiva da região
O setor industrial na região, que foi responsável pela abertura de 15.616 postos de trabalho no ano passado, precisa de incentivos rapidamente, na opinião de Dalmir Ribeiro.
"A forte presença dos importados nas fábricas do País prejudica a indústria de autopeças da região", destaca. "A concorrência é desleal. É preciso uma ação rápida do governo para desvalorizar o real frente ao dólar, tornando os produtos brasileiros mais competitivos internamente e no Exterior."
Ribeiro acrescenta que o aumento da Selic, a taxa básica de juros no mês passado, e provavelmente em março, causará reflexos nas vendas da indústria.
VALORIZAÇÃO DO REAL - O diretor do departamento de indicadores sociais e econômicos da administração andreense crê que o governo passará a desvalorizar a moeda brasileira entre abril e maio.
"A situação do setor está complicada por causa da quantidade de componentes importados entrando no País. Medidas urgentes precisam ser colocadas em prática para que a produção industrial e o emprego sejam mantidos", afirma o diretor.