Administração do prédio tomou decisão porque houve tentativas de invasão do prédio que desabou
O edifício Senador, no Centro de São Bernardo, que desabou parcialmente em fevereiro deste ano, está com janelas e portas da parte térrea sendo lacradas com blocos. O serviço está sendo realizado após a administração do prédio registrar várias tentativas de invasão no espaço. Portas, janelas e os buracos provocados pelo acidente estão sendo completamente fechados, inclusive as portas da lanchonete Nova Rainha, que funcionava no local.
Diante das tentativas de entrada, o síndico do edifício, Lauro Salera, percebeu que apenas os tapumes que cercam o prédio desde o início do ano não eram suficientes para inibir os curiosos ou moradores de rua. “Fechamos todas as entradas por motivo de segurança. Deixamos apenas a porta principal aberta, por enquanto”, explicou.
Questionado se a medida também servia para preservar os pertences de condôminos que ainda permanecem no prédio, Salera declarou que o objetivo é preservar vidas. “Temos receio de que pessoas entrem e causem danos ainda maiores no local”, afirmou.
Tapumes
Em nota, a Prefeitura de São Bernardo esclareceu que o fechamento com blocos do edifício Senador não significa a retirada dos tapumes ou a liberação da calçada que está bloqueada para passagem dos pedestres desde o acidente.
Após oito meses do desabamento que deixou duas pessoas mortas e seis feridas, a Prefeitura informou que ainda não há previsão de quando a calçada do prédio será liberada. A liberação depende das investigações da Polícia Civil e do destino que será dado ao prédio após a finalização do inquérito policial.
A calçada do edifício Senador servia de ligação para as pessoas que desciam no ponto do trólebus, antes do Terminal de São Bernardo, por exemplo, e seguiam a pé sentido rua Jurubatuba e avenida Brigadeiro Faria Lima ou vice-versa. Desde o acidente, quem precisa usar aquele trecho deve dar a volta pela avenida Índico.
Pedestres se arriscam na travessia
Apesar da existência de uma faixa alertando sobre o perigo de se atravessar andando pela via, muitos pedestres se arriscam. No início, a Prefeitura destacou uma equipe da Guarda Civil Municipal apenas para ficar no local, orientando os pedestres e impedindo que se arriscassem andando a centímetros dos veículos. Depois de um período, as mesmas equipes seguiram para outras funções pela cidade. A Prefeitura esclareceu que agora cabe ao pedestre obedecer à sinalização de segurança.
Mesmo após o laudo do IC (Instituto de Criminalística) apontar a corrosão das barras de aço da laje como responsável pelo desabamento do edifício, o delegado do 1º DP, Victor Vasconcellos Lutti, que investiga o caso, não tem culpados pelo acidente.
Lutti pediu novos documentos ao caso para ver ser consegue chegar a alguma conclusão sobre os possíveis responsáveis. Também existe a possibilidade de Lutti solicitar novos laudos ao IC. O delegado faz mistério sobre o término ou não do trabalho da polícia científica no caso.