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SOBRAM VAGAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

09.11.2010

Por: Felipe Rodrigues  (felipe@abcdmaior.com.br)

 
Operários iniciam jornada em obra no Centro de S. Bernardo. Foto: Antonio Ledes
Operários iniciam jornada em obra no Centro de S. Bernardo. Foto: Antonio Ledes
 
Salários baixos têm afastado trabalhadores que buscam melhores condições de trabalho

Estão sobrando vagas de emprego nos canteiros de obra do ABCD para profissionais qualificados. Apesar de o setor estar aquecido – de janeiro a setembro deste ano a construção civil gerou 5.242 postos de trabalho na Região –, os salários baixos pagos pelas empresas contribuem cada vez mais para a migração dos trabalhadores para setores que oferecem remuneração maior, como o metalúrgico, e intensificam a escassez de mão-de-obra.

Para o presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção e do Mobiliário de São Bernardo e Diadema), Claodeonor Neves da Silva, com o aumento das oportunidades de trabalho em diversos setores econômicos, os trabalhadores passaram a priorizar a estabilidade financeira. “Os profissionais buscam o emprego fixo, melhores condições de trabalho e a oportunidade de crescer dentro das empresas”, destacou.

Neves indica ainda que a migração de trabalhadores de outras regiões para as capitais do País desacelerou. “As pessoas passaram a atuar em obras nas suas próprias regiões e, com isso, as cidades grandes passaram a sentir falta do excedente de mão-de-obra que, até então, sempre estava presente”, afirmou.

Empresários - Pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que 80% das grandes construtoras do País reclamam da falta de qualificação dos trabalhadores.

De acordo com o vice-presidente de relações capital e trabalho do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Haruo Ishikawa, há dificuldades de encontrar, principalmente, eletricistas, pedreiros, azulejistas, armadores, carpinteiros e pintores na Região. “Uma das alternativas é realizar treinamentos diretamente nas obras, para que possam ser formados novos profissionais”, disse.

O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, aponta que a maior parte dos trabalhadores qualificados está atuando nas obras do Minha Casa, Minha Vida, da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. “Estamos com uma avalanche de obras pelo País e a reserva de profissionais acabou se esgotando. Uma das opções adotadas pelas empresas são os programas de capacitação para o público feminino suprir a escassez. Outra possibilidade estudada é buscar mão- de-obra na Colômbia, Bolívia e Peru”, afirmou.

Mulheres querem chance no canteiro de obras - Para suprir as vagas oferecidas pela construção civil no ABCD, as prefeituras adotaram programas de qualificação para futuros profissionais. Com o programa “Mulheres Construindo Autonomia”, a Prefeitura de São Bernardo capacitará cerca de 150 mulheres para atuar nas funções de pedreira e pintora até o fim deste mês.

A aluna Selma Souza já atuava na área de pintura e entrou no curso para aperfeiçoar seus conhecimentos na área de acabamento e assentamento de azulejos. “É uma área que não falta serviço, todo dia tem uma obra nascendo. Acredito que as empreiteiras logo mais vão passar a contratar as mulheres”, indicou.

Já a ex-secretária Georgina Aparecida entrou no programa para finalizar o acabamento da sua casa. “Nunca pensei em atuar nessa área, mas se aparecer uma boa oportunidade para trabalhar no ramo vou agarrar a chance”, disse. A Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania) informou que uma empresa já manifestou o desejo de contratar 10 mulheres para trabalharem como ajudantes.

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