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EMPRESÁRIO PRÓ-DILMA MONTA PSD EM MG

23.03.2011

O organizador em Minas Gerais do novo partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab é um dos dirigentes empresariais mais próximos do Palácio do Planalto. O engenheiro civil Paulo Safady Simão, 62 anos, é presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) desde 2003, embora sua empresa, a Wady Simão, não esteja mais em operação. Isto não o impediu de ser um dos interlocutores do governo com o setor privado na formulação do programa "Minha Casa, Minha Vida", que criou linhas subsidiadas para aquisição e construção de imóveis, um programa que costuma qualificar como "revolucionário". Fez parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado "Conselhão".

 

À frente da criação do PSD, o empresário procura dissociar o novo partido de qualquer vínculo com o projeto eleitoral do ex-governador José Serra, um dos presidenciáveis do PSDB, com quem Kassab tem vinculações. "O apoio ao Serra em 2014 é uma questão pessoal do Kassab. Em todas as suas manifestações o prefeito tem deixado claro que há uma tendência muito forte de apoio nosso à Dilma", afirmou Simão. Segundo o empresário, "o compromisso pessoal do Kassab com Serra não se estende ao partido".

Simão esteve anteontem em São Paulo, para um evento do setor, e encontrou-se com o vice-governador paulista Guilherme Afif Domingos, citado por Kassab como possível candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo no próximo ano. Assim como diversos outros organizadores do partido, entre eles o próprio Kassab, Simão foi um dos apoiadores de Afif em sua candidatura à Presidência em 1989, ocasião em que o hoje vice paulista ficou em sexto lugar. Na conversa, ficou decidido que haverá um lançamento formal do partido em Minas, assim que Simão arregimentar aliados. Mas o empresário desconversou sobre potenciais interessados em integrar a sigla ou sobre quais serão os critérios de admissão.

No domingo, o empresário esteve com o governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB), que o convidou para integrar a sua base de apoio. "Foi um encontro casual. Ele havia há algum tempo decidido me agraciar com uma comenda ambiental e resolveu entregá-la neste fim de semana. Eu disse a ele que era muito cedo para definir a nossa posição regional", comentou Simão.

O empresário disse descartar a própria candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte no próximo ano, mas Simão já tem uma disputa eleitoral no currículo: em 1994, filiado ao PMDB, candidatou-se a deputado estadual, na mesma eleição em que o ex-vice-presidente José Alencar foi o candidato do partido ao governo do Estado. Á época, Simão havia acabado de deixar a presidência do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon) em Minas Gerais e era vice-presidente da FIEMG. O presidente era Alencar. O empresário afirmou que o PSD poderá disputar em 2014, apesar de uma fusão com o PSB ser dada como a alternativa mais provável. "Esta não é a opção definitiva e tampouco a única"

Apesar de solidamente governista, o empresário também tem vínculos com o PSDB mineiro. Simão participou da campanha derrotada de Pimenta da Veiga ao governo do Estado em 1990 e foi o presidente da autarquia estadual de turismo no governo de Eduardo Azeredo, entre 1995 e 1998. É dono da empresa de construção e incorporação Wady Simão, fundada por seu pai quatro anos antes de seu nascimento. Nos anos 50, a Wady Simão foi uma das construtoras do "conjunto JK", o edifício mais alto de BH. A empresa está desativada desde que Simão assumiu a presidência da CBIC. "Meu pai morreu e meu irmão se desinteressou do negócio. Decidi concentrar minhas energias em um projeto de turismo que pretendo desenvolver em Cumuruxatiba, no município do Prado, na Bahia", afirmou.

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