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BALANÇO DO SEGUNDO TRIMESTRE DO MERCADO IMOBILÁRIO DA CIDADE DE SÃO PAULO 2010

19.08.2010

AUMENTO DA SELIC NÃO ALTERA PROJEÇÃO DO SECOVI-SP QUANTO AO VOLUME DE VENDAS DE IMÓVEIS NOVOS NA CIDADE DE SÃO PAULO EM 2010 A economia brasileira não vem apresentando surpresas neste ano. Apesar de certa evolução dos indicadores conjunturais, com aumento na previsão dos índices de preços e consequente elevação da taxa básica de juros (Selic) ao longo dos primeiros meses, não tivemos grandes novidades. O mercado de imóveis novos residenciais também apresenta desenvolvimento tranquilo. Na cidade de São Paulo, as vendas de unidades residenciais novas nos primeiros seis meses de 2010 totalizaram 17.005 unidades. Esse volume é compatível com a estimativa de chegar ao final do mês de dezembro com 37 mil a 38 mil moradias comercializadas, mantendo a previsão feita pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação) no início do ano. As vendas trimestrais também registram equilíbrio razoável, com 8.461 unidades escoadas no primeiro trimestre e 8.544 no segundo trimestre. Praticamente, houve estabilização, pois a variação percentual entre os trimestres foi de apenas 1%. Isso se explica em razão da fraca sazonalidade registrada no mês de janeiro e pela queda pontual de vendas percebida em maio. MAIO INFLUENCIA FORTEMENTE OS RESULTADOS DO SEGUNDO TRIMESTRE O efeito da redução das vendas de unidades novas no mês de maio foi superior ao imaginado. Em razão dessa queda, o total de imóveis comercializados no segundo trimestre de 2010 foi o menor dos últimos quatro anos. A comercialização de imóveis novos de abril a junho deste ano (8.544 unidades) em relação ao mesmo período de 2009 (9.537 imóveis) representou retração de 10,4%. Ao comparar o segundo trimestre de 2010 com o segundo trimestre de 2008, quando foram comercializadas 10.746 moradias, a diferença é de 20,5%. Pode-se dizer que a maior contribuição para os resultados de vendas no segundo trimestre deste ano veio do segmento de dois dormitórios, com 3.002 unidades comercializadas de abril a junho, uma participação de 35,1%. Já as unidades de três dormitórios representaram 33,5% (2.865 moradias) do total vendido. Imóveis com quatro dormitórios registraram vendas de 19,4% (1.658 unidades). PRIMEIRO SEMESTRE POSITIVO A percepção dos resultados acumulados nos primeiros seis meses do ano é auspiciosa. Na série histórica da Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Sindicato, o total de 17.005 unidades vendidas nos seis primeiros meses de 2010 só é inferior ao volume registrado em igual período de 2008 (19.224 unidades). Comparativamente ao primeiro semestre de 2009 (14.368 unidades vendidas), houve aumento de 18,4%. Em termos de segmentação por número de dormitórios, a distribuição ficou próxima à percebida no segundo trimestre, ou seja, imóveis de dois quartos assumiram a dianteira, com a participação de 35,3% (5.999 unidades), seguidos por unidades de três dormitórios, que registraram 5.965 habitações comercializadas (35,1%). O segmento de quatro dormitórios garantiu presença no ranking com 18,6% das vendas nos seis meses deste ano. LANÇAMENTOS RESIDENCIAIS De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio – Embraesp, o total de lançamentos na primeira metade deste ano foi de 13.566 unidades, 66,5% superior ao fraco volume lançado nos seis primeiros meses de 2009 – período atípico em consequência da crise financeira internacional que eclodiu no final de 2008. Do total de unidades lançadas neste ano, em torno de 43% (5.838 imóveis) foram de dois dormitórios, e 37,2% (5.045 moradias) de três dormitórios. O nicho de quatro dormitórios representou apenas 7,7% dos lançamentos. SEGMENTAÇÃO POR ÁREA ÚTIL A classificação das vendas por média de área útil das unidades fez-se necessária e, recentemente, passou a integrar a Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário. Ao se considerar o primeiro semestre de 2010, verifica-se maior participação nas vendas de moradias com área útil de até 130 m², que representaram 86,9% do total escoado no período (seis meses). Os imóveis com área útil média entre 46 m² e 65 m² se destacaram, com 35,7% (6.071) do total vendido no período de janeiro a junho. Isso confirma que o mercado imobiliário está aderente às mudanças socioeconômicas, com ascensão da classe média e consequente mobilidade social. REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO (RMSP) Este ano, o Secovi-SP passou a divulgar informações sobre o que ocorre no mercado imobiliário da Grande São Paulo, que é delimitada pela Capital e mais 38 municípios. Em termos trimestrais, o volume vendido em unidades no período de abril a junho deste ano (16.779 moradias) mostrou-se estável em relação ao primeiro trimestre, que registrou 16.797 habitações comercializadas. Percebe-se na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) o mesmo comportamento observado entre os trimestres na Capital. Do total de 33.576 unidades vendidas nos seis primeiros meses deste ano na RMSP, a cidade de São Paulo participou com 50,6% (17.005 unidades). As demais cidades apresentaram mudanças na distribuição das vendas por tipo de unidades. O segmento de dois dormitórios na RMSP atingiu 42% das negociações (14.127 unidades); e o de três dormitórios ocupou 38,3% das comercializações no primeiro semestre. O aumento percebido nos dois nichos ocorreu, principalmente, em virtude da redução da participação das vendas de unidades de quatro dormitórios. Esse segmento totalizou 4.364 unidades comercializadas de janeiro a junho, ou seja, 13% no período. INFORMAÇÃO RELEVANTE De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a estimativa de crédito imobiliário com recursos das cadernetas de poupança para este ano saltou de R$ 50 bilhões para R$ 57 bilhões. É bom lembrar que o volume de financiamentos imobiliários realizado em 2009 foi de R$ 34 bilhões. CONSIDERAÇÕES Apesar da aparente tranquilidade, há muito a fazer. O volume de lançamentos poderá chegar às 33 mil unidades previstas no início de 2010, mas haverá necessidade de produzir no segundo semestre do ano algo em torno de 19,4 mil unidades. Na realidade, será preciso lançar em torno de 24 mil unidades para atender a expectativa atual de demanda. As vendas projetadas de 37 mil a 38 mil unidades são bastante factíveis, porque o volume necessário de comercialização no período de julho a dezembro será de aproximadamente 20 mil a 21 mil moradias. “Essa perspectiva está dentro da série histórica, pois, proporcionalmente, as vendas realizadas no segundo semestre dos anos anteriores variaram de 53% a 60%. A exceção ocorreu em 2008, quando a crise financeira instalada mundialmente levou a uma queda na comercialização de unidades residenciais”, lembra Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. Já de acordo com o presidente do Sindicato da Habitação, João Crestana, as oportunidades existem, mas alguns entraves devem ser solucionados, como a padronização dos contratos; a concentração dos registros na matrícula dos imóveis; e a redução burocrática de processos de aprovação de projetos e de legislações restritivas. “Na cidade de São Paulo, o Plano Diretor e a Lei de Zoneamento encareceram a terra e restringem a viabilização de lançamento de produtos, principalmente aqueles voltados a famílias de baixa renda.”

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