ACIGABC

Notícias

CONSTRUTORAS JÁ SE MOVIMENTAM PARA LANÇAR NOVOS EMPREENDIMENTOS NO MCMV

24.07.2023

Empreendimento da MBigucci no bairro Cooperativa, em São Bernardo, que se encaixa no MCMV. (Foto: Divulgação) A expectativa dos poderes públicos, das empresas da construção civil, dos bancos e, claro, de quem precisa da sonhada casa própria, está alta com o relançamento do programa Minha Casa Minha Vida do governo federal, cuja legislação foi sancionada na quinta-feira (13/07) pelo presidente Lula. De acordo com as novas regras do MCMV os tetos subiram o que vai possibilitar que mais empreendimentos se encaixem no programa. No ABC muitos novos ou futuros lançamentos devem entrar em uma das três faixas e as construtoras já se preparam para isso. A região tem um déficit de 90 mil unidades habitacionais e se espera que o programa contribua para reduzir esse número.


A nova versão do programa habitacional vem com novidades que animam o setor, tais como o aumento do teto de financiamento para as faixas 1,2 e 3 do programa e a possibilidade de outros bancos participarem, já que até então apenas a Caixa era a instituição financeira gestora. A Faixa 1 do programa contemplará famílias com renda mensal de até R$ 2.640. Já a Faixa 2 contemplará famílias com renda entre R$ 2.640 e R$ 4,4 mil; e a Faixa 3, para famílias com renda mensal entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil. Já com relação ao valor do imóvel, o financiamento máximo será de R$ 170 mil para empreendimentos voltados à Faixa 1; R$ 264 mil para a Faixa 2; e R$ 350 mil para a Faixa 3.

Para o presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do ABC), Milton Bigucci Júnior, o setor está empolgado com as novidades e já vinha, mesmo antes da legislação ser publicada, buscando viabilizar aqueles projetos que já estavam aprovados junto às prefeituras. “Com a retomada do programa Minha Casa Minha Vida, as construtoras que atuam na região, principalmente as que estão nesse nicho de mercado vão lançar mais empreendimentos porque aumentou o teto de valor das faixas 1, 2 e 3, com isso você tem uma oferta maior e também tem uma demanda maior que se encaixa nestas faixas de renda. Uma boa parte da população entra no programa e que não se encaixava no programa anterior, isso vai aumentar o número de lançamentos deste tipo de empreendimento”, diz o empresário que é também diretor técnico da construtora MBigucci.

Bigucci Júnior disse que na construtora já houve reflexo. “Ainda não posso falar de movimentação enquanto Acigabc, mas na MBigucci sim já teve um reflexo. Temos alguns empreendimentos aprovados que estavam aguardando para serem retomados e vamos retomar imediatamente assim que for aprovado pelo banco que nós escolhermos. Acredito que as outras empresas que atuam neste segmento vão seguir o mesmo caminho. Vejo que o relançamento do programa terá um efeito imediato na construção civil”.

Sobre a novidade de outros bancos poderem participar do programa habitacional, Bigucci Júnior disse que essa é uma medida positiva. “A concorrência é sempre bom. Mesmo que sejam as mesmas taxas e regras, a eficiência de aprovação do projeto, lidar com a burocracia de aprovação dos financiamentos isso gera uma concorrência e as empresas vão buscar onde tem mais eficiência dos bancos e isso será benéfico para o setor”. O presidente da associação que reúne das construtoras considera que a indústria da construção civil vai ter um salto na empregabilidade com o programa, mas ele diz que é cedo ainda para arriscar previsões.

Segundo Nelson Ota, da secretaria de habitação de Mauá, e integrante do GT (Grupo de Trabalho) da mesma área no Consórcio Intermunicipal, a expectativa é grande em torno do novo projeto. O déficit habitacional de 90 mil moradias foi feito pela entidade regional e pela UFABC (Universidade Federal do ABC). “Desde o início, quando foi anunciado a nova versão do programa o Consórcio já se mobilizou, levantando propostas que foram levadas ao deputado relator do projeto de lei, Fernando Marangoni. Mesmo antes disso, já fizemos um acordo com a Caixa sobre os empreendimentos em construção que não estavam com a desenvoltura que poderiam ter. Discutimos os projetos e como agilizá-los e analisamos os obstáculos. Agora a esperança é termos uma produção habitacional muito maior, mas também é preciso uma força tarefa que envolve as empresas construtoras e o poder público para viabilizar”, avalia.

Perguntado se o novo MCMV poderia equacionar ao menos 1/3 do déficit habitacional da região a médio prazo, o que equivaleria a 30 mil unidades construídas, Ota considera esse um número importante, e bem difícil de se alcançar. “Esse é um desafio extremamente grande, isso porque o ABC tem um preço muito alto para terra e uma dificuldade muito grande de se encontrar áreas para a habitação popular em quantidade necessária. O consórcio é fundamental para se encontrarem alternativas para essas questões regionais. O GT tem feito reuniões constantes e nas próximas vamos focar no programa federal”, completa.



últimas notícias