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NOVAS TÉCNICAS IMPÕEM TREINAMENTO APRIMORADO

26.03.2013

Divulgação / DivulgaçãoRoberto Pastor, da Trisul: "Empresa contrata consultores para orientar os funcionários na operação dos processos"

Com a explosão das obras de construção civil, a formação de mão de obra tornou-se um imperativo. Quando atingiram o pico de crescimento de 11,6%, em 2010, e houve um apagão generalizado de profissionais, as empresas precisaram atualizar suas técnicas e adotar um modelo menos dependente de mão de obra. Introduziram mais tecnologia e mudaram os processos de produção. O resultado é que agora o treinamento da mão de obra, além de necessário, precisa ser aprimorado e adaptado às novas técnicas.

As empresas recorreram a várias soluções. Muitas preferem treinar seus funcionários, outras financiam cursos externos. Há ainda aquelas que preferem contratar empresa de qualificação. As construtoras recorrem ao Sistema S, que oferece opções de cursos atualizados e customizados.

Segundo Paulo Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), são mais de 100 novos processos já adotados ou em desenvolvimento. Vão desde mudanças nos materiais, como paredes de gesso e de concreto, até tecnologias avançadas, como paredes pré-fabricadas ou modeladas na obra. "Cada processo exige formação específica e mão de obra cada vez mais qualificada", diz Simão. "Com pleno emprego no setor, as negociações salariais dos últimos seis anos resultaram em ganho real, sem ser acompanhado de produtividade."

O setor também recorre a medidas inovadoras, como escolas móveis montadas em cima de caminhão. A ideia está sendo concretizada pela CBIC em convênio com o Senai Nacional e desenvolvido por Senais estaduais, como parte do programa de inovação tecnológica da entidade. Caminhões adaptados começaram a percorrer obras de Salvador, Fortaleza e Porto Velho. "São projetos-piloto. Dependendo do resultado, poderão ser levados a outros estados", diz Vicente Mattos, diretor de relações institucionais do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado da Bahia (Sinduscon-Ba).

A Trisul, que atua no segmento residencial de médio e alto padrão, optou por contratar consultores especializados. Na fase de construção da estrutura, entra em cena um encarregado, especialmente contratado para a função de acompanhar e dirigir o trabalho. "O encarregado pega na mão dos nossos funcionários e dos funcionários dos empreiteiros e segue todo o processo", diz Roberto Pastor, diretor técnico da Trisul. A empresa adota o processo de montagem de formas, que resulta em estrutura e paredes uniformes, maior qualidade e menor prazo de execução.

Segundo Pastor, uma torre residencial emprega 10 a 15 trabalhadores no início da obra, número que aumenta progressivamente até chegar a 100 funcionários. A equipe própria da Trisul é composta de 6 a 7 pessoas, como engenheiro, mestre, estagiário, analista de engenharia e administrador de pessoal de obra. Os demais são terceirizados.

A falta de mão de obra chega a limitar a expansão de empresas e nem sempre os trabalhadores concordam em se aprimorar. O grupo Aoci, da região metropolitana de Curitiba, com 35 funcionários próprios de todos os níveis, é um das que enfrentam esse problema. Criada em 2006 e voltada para os segmentos industrial, comercial, de hospitais e escolas, a empresa não consegue expandir suas operações para fora da região por esses motivos.