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SÃO BERNARDO SÓ TERÁ COLETA TOTAL DE ESGOTO EM 2018

19.08.2012

A cidade que abriga cinco montadoras automobilísticas (Ford, Mercedes-Benz, Scania, Toyota e Volkswagen) e outras grandes multinacionais ainda está atrasada em alguns serviços básicos. Apenas 88% dos domicílios de São Bernardo têm coleta de esgoto, índice que coloca o município atrás de São Caetano e Santo André com 100% da rede. Responsável pelo serviço, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informa que a totalidade somente será alcançada em 2018. A desigualdade é maior no tratamento do esgoto. O índice de tratamento em São Bernardo é 144% menor do que a média da Região Metropolitana de São Paulo, que tem 66% dos domicílios atendidos contra 27% do município. Para justificar os índices, a Sabesp aponta evolução nos últimos oito anos, quando assumiu o saneamento básico da cidade. “O índice de esgoto coletado em 2004 era de 73% e em 2011 saltou para 88%. No período, o índice de tratamento passou de 9% para 27%”, afirma Roberval Tavares de Souza, superintendente da Unidade de Negócio Sul da Sabesp. O executivo lembra que dois grandes programas estão em andamento: o Pró-Billings e Projeto Tietê, um investimento de quase R$ 400 milhões. O programa Pró-Billings existe há mais de quatro anos e conta com investimento de R$ 220 milhões para construção da estrutura necessária para coletar e transportar esgoto domiciliar para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC. Até 2015, os bairros Esmeralda, Imigrantes, Jardim Laura, Las Palmas, Los Angeles, Parque Hawaii, Pinheirinho, Senhor do Bonfim e Sítio Bom Jesus Represa serão beneficiados, segundo a estimativa da estatal. Assim como o Pró-Billings, o Tietê irá atender o centro e os bairros Anchieta, Capelinha, Demarchi, Estoril, Finco, Nova Petrópolis, Parque Riacho Grande, Riacho Grande, Santa Terezinha, Tupã, Vila Pelé e Yara Praia, além de indústrias, com verba de R$ 127,5 milhões. Represa Apesar do quadro, a qualidade das águas da Billings apresentou melhora. Segundo o relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), o índice na represa passou de bom para ótimo. Em 2001, a medição feita no braço do Taquacetuba apontava nota 71, frente nota 83 em 2010, número considerado ótimo na escala que varia de 0 a 100. Coordenadora do Núcleo e Agência Ambiental e do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, Waverli Maia Matarazzo Neuberger lembra que a situação da Billings já foi muito pior. “Até meados de 1993, o esgoto do Sistema Tietê vinha para a Billings para gerar energia. Desde então, o envio continua, mas em situações especiais, como enchentes, e mais diluído”, diz. Nair Alvarenga Zaia, 68 anos e moradora do Riacho Grande há 47, discorda de Waverli. “Era maravilhoso aqui, a gente pescava aqui na beirada. Mas agora não dá, porque é só esgoto. E em dia de sol, o cheiro é insuportável”, reclama a aposentada. Waverli explica que a sensação de Nair se deve ao fato de que, apesar da melhora da qualidade da água, a represa sofre com ocupações irregulares. “Por conta do adensamento populacional no Riacho Grande, existe aumento no despejo de esgoto nestas nascentes, fazendo com que ela perceba a poluição que não percebia antes”, comenta.

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