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FALTA DE PROFISSIONAIS EMPERRA CONSTRUÇÃO

01.02.2011

Apesar de a construção civil empregar 43.895 funcionários nas sete cidades da região, segundo dados de outubro do SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), o número de contratações e crescimento do setor poderiam ser muito maiores, não fosse a escassez de mão de obra qualificada.

Segundo sondagem divulgada ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), a falta de trabalhadores aptos para o nicho é a maior preocupação dos empresários. Enquanto a alta carga tributária perde importância na avaliação das empresas, no segundo lugar entre os entraves assinalados, a falta de especialização dos trabalhadores lidera, com 68,4%; o índice do trimestre anterior era de 62%. Ao se comparar o mesmo período com 2009, sobe quase 15%.

O percentual é ainda mais alarmante para representantes de empresas grandes - 85,4% - apontaram o problema como o principal. O custo da mão de obra também é considerado entrave para o setor. O percentual subiu de 17% no último trimestre de 2009 para 27,4% em 2010.

Segundo a diretora do SindusCon do Grande ABC, Rosana Carnevalli, a meta é buscar alternativas para manter o bom desempenho que o segmento apresentou no ano, em termos de contratação e expansão. "O desafio é como se irá sustentar o crescimento do setor com a falta de mão de obra especializada. Estamos tentando minimizar isso tentando parcerias com os Senais (Serviços Nacionais de Aprendizagem Industrial), para cursos de pedreiros, eletricistas e encanador, por exemplo. Pois esse é um problema sério que nós já enfrentamos também no Grande ABC", frisou Rosana.

EXPANSÃO

Apesar da falta de qualificação, a construção civil experimentou bom momento em 2010, crescendo em muitas frentes. O levantamento da CNI indicou que, com a expansão do setor, houve maior oferta de empregos e nos lucros do ramo. Apesar de o nível de atividade fechar dezembro em 51 pontos, indicando crescimento menos expressivo, todos os meses do ano apresentaram alta neste sentido. O indicador da CNI varia de zero a 100 pontos; acima de 50 pontos considera-se que houve crescimento.

A maior alta ocorreu em agosto, quando a sondagem atingiu 56 pontos, ante o mês anterior. Para o levantamento, a entidade ouviu 375 empresas de todos os portes.

O destaque foi a construção de prédios, que puxaram a expansão do segmento; estima-se que o PIB (Produto Interno Bruto) evolua 7,5% em 2010 e, além disso, o desemprego caiu e o percentual de trabalhadores com carteira assinada cresceu. Assim, houve expansão da demanda por imóveis, contribuindo para a alta.

O destaque no balanço foram companhias de grande porte, que sustentaram o aumento geral, sempre superando a margem dos 50 pontos durante o ano. A atividade fechou dezembro em 54,2 pontos.

Já as pequenas empresas e o setor de infraestrutura amargaram queda na atividade, na comparação com novembro. Houve recuo em ambos os indicadores para abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que revela queda; para 46,8 pontos no porte e 46,2 pontos no segmento.

MAIS EMPREGOS

Segundo o relatório, os resultados positivos se repetiram em todos os semestres quanto às contratações. O indicador fechou o último trimestre com 53,7 pontos. O melhor resultado ocorreu no primeiro trimestre - ao atingir 56,4 pontos na formalização de empregos.

Pequenas empresas destacam dificuldade para empréstimos

O último trimestre de 2010 foi marcado pela estabilidade no acesso ao crédito por parte das empresas. O empresariado assinalou 49,7 pontos neste item em dezembro. Margem acima de 50 pontos indica facilidade para obtenção de empréstimos. O resultado de 2009 foi melhor para se buscar dinheiro, quando a pontuação atingiu 54,6.

As pequenas empresas do segmento consideraram a obtenção de empréstimos mais difícil durante todo o ano. O pior período para esse porte foi no terceiro trimestre, quando o índice baixou para 46 pontos. O economista da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Danilo Garcia, minimizou os resultados. "É um dado mais conjuntural. Ficou próximo da linha de 50 pontos. Devemos ter bom momento para o crédito neste ano também", reiterou Garcia, ao afirmar ser normal pequenas empresas terem mais dificuldades na obtenção de dinheiro, por conta de documentação ou fluxo de caixa.

Para Garcia, o empresário ficará menos tentado a se endividar neste ano devido ao panorama econômico. VG

Emprego no setor vai subir 11% neste ano

As perspectivas para o crescimento da construção civil são positivas para este ano, tal como o bom momento vivido pelo setor em 2010, em se tratando de crescimento do setor e de empregos. A diretora do SindusCon regional, Rosana Carnevalli, prevê que o nicho cresça 8% contra 2009. Quanto aos empregos, estima-se que subam 11%, mesmo resultado desempenhado no ano passado.

O Grande ABC formalizou até outubro - levantamento mais recente da entidade - 43.895 postos de trabalho, alta de 15,86% comparativamente a 2009, com 37.884 empregos com carteira assinada computados pela entidade. São Bernardo lidera as contratações no Grande ABC, com 12.154 postos de trabalho, ante os 10.666 obtidos um ano antes, alta de 12,24%. Rio Grande da Serra teve o resultado mais fraco, criando apenas 62 novos postos e 2010. O baixo número se dá em razão de a cidade ter muitas áreas de manancial protegidas.

ZONEAMENTO

São Caetano será a principal base de sustentação de empregos e do segmento neste ano. A cidade computou 10.034 vagas no ramo até outubro, alta de 14,08% frente os 8.621 postos criados em 2009. O número é bem próximo de Santo André, com 10.711 funcionários, alta de 6,69% contra 2009, apesar de São Caetano ter área territorial menor.

Mudanças na lei de zoneamento da cidade reduziram em 50% o coeficiente de construção, para conter a verticalização. Assim, as corretoras se anteciparam para aprovar novos projetos, fazendo estoque e permitindo novas construções, com previsão para se iniciarem neste ano.

"Esperamos ano muito positivo, com vários empreendimentos na região como um todo. O financiamento continua disponível, e, além disso, ainda há projetos como o Minha Casa, Minha Vida que ajudam a comportar a demanda muito grande, que irá gerar empregos."VG

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