ACIGABC

Notícias

DESEMPREGO DEVE SEGUIR EM QUEDA

28.01.2011

A disposição do empresariado brasileiro para continuar investindo na expansão dos negócios permitirá que o nível de desemprego continue em queda durante este ano. A Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) crê que a geração de empregos será modesta em detrimento da forte base do ano passado, que totalizou mais de 2,5 milhões de postos.

De acordo com o gerente de pesquisas da entidade, Alexandre Loloian, nem mesmo a situação econômica delicada nos Estados Unidos e Europa altera a expectativa positiva para o mercado de trabalho brasileiro.

"Fora a atratividade do País perante o mundo, a demanda interna para os próximos anos é garantida devido aos eventos da Copa do Mundo e Olimpíadas, que requerem investimentos dos governos e empresas em infraestrutura", pontua.

O pesquisador lembra que a exploração de petróleo e gás natural na camada do pré-sal também começa a deslanchar, requerendo aportes da Petrobras e outras empresas e contratação de mão de obra qualificada.

No ano passado, a taxa média de desemprego em todo o País recuou para 11,9%. O percentual, no ano anterior, era de 14%. O total de desempregados, que era estimado em 2,620 milhões em 2009, teve redução de 418 mil pessoas no ano passado.

"Acredito que, se as condições atuais da economia brasileira forem mantidas, as empresas terão fôlego para investir e abrir postos de trabalho por muito tempo", avalia a professora de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marlene Cardia Laviola.

Para a economista, o processo de recuperação da crise segue em ritmo acelerado para a indústria nacional, motivada pelo aquecimento do consumo interno, que no ano passado bateu recorde. Esse movimento ocasionará também a melhora dos salários dos trabalhadores.

QUALIFICAÇÃO - Um dos poucos riscos para o avanço da economia é, na opinião da professora da USCS, a falta de mão de obra qualificada para setores importantes como construção civil, tecnologia e as diversas áreas da engenharia.

Marlene pontua que acelerar a expansão de escolas técnicas, como as mantidas pela indústria e pelo comércio, como Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) ou Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), é uma saída para reverter este quadro.

"A falta de profissionais somada à demanda da indústria estão elevando os salários de diversas categorias. Outro fator, que não é positivo, é que muitas empresas estão recrutando profissionais no Exterior", acrescenta.

O estudo do Seade/Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos) identificou que a renda dos trabalhadores aumentou cerca de 2,3% para os assalariados, com valor médio de R$ 1.384. O maior foi apurado no Distrito Federal, de R$ 1.990, alta de 1%, e o menor de R$ 849 em Fortaleza, alta de 0,8%. Em São Paulo, o salário médio é de R$ 1.422, cifra 5% maior do que em 2009.

últimas notícias